O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, de 79 anos, já foi dono de uma das maiores fortunas do Brasil. No entanto, o empresário enfrentou uma reviravolta em sua vida financeira, perdeu tudo e terá sua mansão milionária demolida em São Paulo (SP).
Conforme relatado pela Record TV, está prevista a construção de um conjunto de edifícios residenciais de luxo no terreno com área de 12 mil metros quadrados.
A construção da residência ocorreu entre 2000 e 2004, com um investimento total de R$ 120 milhões. A propriedade possui diversas instalações, como quadras esportivas, duas piscinas (sendo uma coberta e outra ao ar livre), uma adega com capacidade para 5.000 garrafas de vinho, além de duas bibliotecas e uma coleção de valiosas obras de arte.
Coincidentemente, a conclusão do imóvel ocorreu na mesma época em que o Banco Central decretou a falência do Banco Santos.
Relembre o que aconteceu com o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira
O ex-banqueiro e ex-presidente do Banco Santos enfrentou uma série de problemas financeiros que levaram à perda de sua fortuna. A principal causa foi o colapso e a falência do Banco Santos, instituição financeira da qual era responsável.
Seu caso ganhou destaque nos noticiários econômicos e policiais do país no início dos anos 2000, quando o Banco Central do Brasil decidiu liquidar extrajudicialmente o patrimônio do empresário para quitar aproximadamente R$ 2,6 bilhões em dívidas do Banco Santos.
Como consequência dessa decisão, diversos ativos de Edemar foram arrestados para pagamento das dívidas, incluindo imóveis comerciais, carros de luxo, uma valiosa coleção de obras de arte e sua mansão milionária no Morumbi, avaliada em US$ 50 milhões. Em 2011, ele foi obrigado a deixar o imóvel após uma ordem de despejo.
A casa foi vendida por R$ 27,5 milhões em um evento da D1 Lance Leilões em 2020. O valor foi alcançado após 16 lances, começando a partir de R$ 10 milhões. No entanto, o preço pelo qual o imóvel foi vendido corresponde a apenas um terço da última avaliação realizada por um perito, que estimou o valor em R$ 78 milhões.
Além de ter perdido sua fortuna, a 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo proferiu uma sentença contra Edemar e seu filho Rodrigo Rodrigues de Cid Ferreira em 2006.
Eles foram condenados a 21 e 16 anos de prisão, respectivamente, sendo culpados por crimes contra o sistema financeiro brasileiro, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e formação de quadrilha.
Em 2015 a Justiça Federal anulou parte da sentença, incluindo a condenação por gestão fraudulenta, e determinou que a fase de interrogatórios fosse refeita.
Ao longo desse processo, o ex-controlador do banco foi preso em duas ocasiões. Na mais longa delas, ele ficou detido por três meses no presídio de segurança máxima de Tremembé, localizado no interior de São Paulo.
Sem bens
Conforme o ex-banqueiro, ele não possui mais nenhum bem físico em seu nome, e depende da ajuda financeira de seus três filhos para viver. “Meu patrimônio foi todo leiloado de forma muito rápida”, afirmou.
Atualmente, Edemar estuda os antigos processos judiciais em busca de estratégias de defesa. Sem recursos próprios para pagar por assessoria jurídica, ele conta com advogados “amigos” que o defendem gratuitamente, com a possibilidade de receberem honorários caso os processos tenham sucesso no futuro.
O objetivo da defesa é reaver parte dos ativos bloqueados pela Justiça para pagar os credores do Banco Santos, totalizando aproximadamente R$ 12 bilhões. Edemar acredita que possui direito a essa quantia e está empenhado em recuperá-la.
Enquanto aguarda a resolução dos processos e a possibilidade de reaver seus ativos, o ex-banqueiro está se preparando para entrar com um processo de pedido de indenização contra o Banco Central. Ele alega que o processo de decretação da falência do Banco Santos foi irregular e busca compensação por esse motivo.
