Sharon Stone contou como o combate à Aids impactou sua carreira durante uma entrevista coletiva no Red Sea Film Festival, na Arábia Saudita. De acordo com a atriz de 64 anos, tudo começou quando ela se tornou presidente honorária da amfAR, fundação de pesquisa da doença.
A relação de Sharon Stone com a amfAR iniciou em 1995. Naquele ano, a celebridade assumiu o papel de sua amiga Elizabeth Taylor como apresentadora em uma noite de gala promovida pela fundação no Festival de Canes. Logo, ela recebeu o convite para se tornar uma das embaixadoras da causa.
Ainda conforme o relato da atriz, sua empresária foi contra ela aceitar o convite, já que, segundo a executiva, a ligação do nome Sharon Stone com a Aids “destruiria’ a carreira que estava no auge. “Ela me disse: ‘Se você fizer isso, destruirá sua carreira'”, lembrou.
“É preciso lembrar que naquela época, em meados da década de 1990, não se podia falar sobre Aids. Então, eu disse a ela, eu sei, você vai me matar, mas eu vou fazer isso”, explicou Stone. Assim, mesmo sabendo do preconceito, ela não foi capaz de negar o pedido, pois acreditava na causa.
E o que a empresária temia aconteceu de fato: “Eu não tinha ideia da resistência, da crueldade, do ódio e da opressão que enfrentaríamos. Foi assim por 25 anos, até que tivéssemos remédios contra a Aids sendo anunciados na TV como temos anúncios de refrigerante. Isso destruiu a minha carreira. Não trabalhei por oito anos”, disse Sharon Stone.
Além de sofrer preconceito no trabalho, a atriz contou que também chegou a ser ameaçada de morte devido ao ativismo pelas pesquisas de combate à Aids/HIV.
“Fui chamada aos escritórios e informada de que, se eu dissesse a palavra ‘preservativo’, perderia financiamentos. Fui ameaçada, minha vida foi ameaçada repetidamente e, quanto mais acontecia, mas eu achava que precisava aguentar; que, se estava causando essa reação, deveria ser algo muito importante”, completou ainda.
Emocionada, a estrela de “Instinto Selvagem” (1992) e “Cassino” (1995) declarou, ainda durante a entrevista, que apesar das dificuldades enfrentadas, tudo valeu a pena. “Agora 37 milhões de pessoas vivem com HIV de forma saudável”, finalizou enquanto enxugava as lágrimas.