Tina Turner, de 83 anos, morreu em sua casa em Küsnacht, perto de Zurique, na Suíça, após enfrentar uma “longa doença”. O falecimento da cantora conhecida mundialmente foi anunciado por seu assessor nesta quarta-feira (24).
“Com muita tristeza comunicamos o falecimento de Tina Turner. Com a sua música e a sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs em todo o mundo e inspirou as estrelas do amanhã”, diz parte do comunicado publicado nas redes sociais de Tina Turner.
A publicação ainda ressalta o legado deixado pela intérprete de sucessos como ‘What’s Love Got to Do with It’, ‘The Best’ e ‘We Don’t Need Another Hero’.
“Hoje nos despedimos de uma amiga querida que nos deixa todo o seu maior trabalho: a sua música. Toda a nossa sentida compaixão vai para a família dela. Tina, vamos sentir muito a tua falta”, diz o trecho final da nota.
A doença que causou a morte de Tina Turner, no entanto, não foi especificada.
Carreira de Tina Turner
Nascida Anna Mae Bullock, Tina Turner veio de uma família pobre dos Estados Unidos, aos 15 anos foi abandonada pelos pais e passou a viver com a avó. A partir daí começou a cantar em boates para se sustentar, conheceu Ike Turner, da banda ‘The Kings of Rhythm’, e logo se tornou backing vocal do grupo.
Algum tempo depois, eles decidiram formar uma dupla. Assim, na década de 1960 e início dos anos 70, Tina Turner e o guitarrista Ike Turner, que morreu de overdose de cocaína em 2007, fizeram sucesso, se casaram e dominaram o cenário de música soul. Eles tiveram quatro filhos.
Dominador e violento, o músico abusou da cantora até que ela resolveu deixá-lo e fugiu de um quarto de hotel em Dallas, com apenas 36 centavos, em 1976. Em sua autobiografia lançada em 2019, Tina Turner definiu o casamento com Ike como um “inferno dantesco” e contou que “sofreu todo o tipo de violência” enquanto esteve com ele.
Os dois se casaram em 1962, ocasião em que ela passou a usar o nome artístico Tina Turner. Entre os episódios relatados, Tina lembrou ter sido obrigada a assistir uma apresentação de sexo em um bordel no dia do próprio casamento, afirmou que era constantemente agredida e comparou o sexo com ele a estupros.
Após o divórcio, ela recomeçou do zero e apostou no rock para voltar ao cenário musical. Em 1984, Tina lançou o álbum ‘Private Dancer’ e, em pouco tempo, virou uma estrela global com suas famosas perucas espetadas.
Ao todo, ela recebeu 12 prêmios Grammy, que incluem oito prêmios competitivos, três prêmios Grammy Hall of Fame e um Prêmio Grammy de Contribuição em Vida, e vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Foi aos 45 anos que a estrela ganhou o título de “rainha do rock” porque cantava e dançava sem perder o fôlego nos palcos.
Entre suas façanhas, Tina atraiu 184 mil pessoas para um show realizado no Rio de Janeiro em 1988. O número até hoje é uma das maiores audiências entre todos os artistas.
“Um dos meus primeiros objetivos de carreira era me tornar a primeira mulher negra a lotar estádios ao redor do mundo. Na época, parecia impossível. Mas nunca desisti e estou muito feliz por ter realizado esse sonho”, disse ela ao NBC’s Today Show em 2021.
