A imprensa britânica não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) por ele ter usado o velório da Rainha Elizabeth II, em Londres, politicamente.
O chefe do executivo brasileiro e candidato à reeleição fez um discurso em tom eleitoral para seus apoiadores no último domingo (18) e gravou um vídeo em um posto de gasolina para falar sobre os preços dos combustíveis.
No dia seguinte, o jornal ‘The Times’ veiculou uma matéria na qual afirmou que o Bolsonaro rompeu o luto para marcar pontos políticos.
Já o ‘The Guardian’ declarou que o presidente brasileiro é um “populista da América do Sul” e que o velório da Rainha Elizabeth II, em Londres, foi uma “oportunidade de ouro para impulsionar sua campanha à reeleição”.
O ‘Independent’ seguiu a mesma linha dos outros jornais com o título “Bolsonaro é acusado de transformar visita ao funeral da rainha em comício político”.
“O presidente do Brasil realizou um comício eleitoral improvisado, fazendo um discurso de campanha ao ar livre em Londres, onde ele veio para assistir ao funeral da rainha Elizabeth II”, dizia parte da matéria do ‘Independent’.
Ao viajarem para comparecer à cerimônia fúnebre da Rainha Elizabeth II, Bolsonaro e sua esposa, Michele Bolsonaro, ficaram hospedados na casa do embaixador do Brasil em Londres.
E, no domingo, bolsonaristas se reuniram em frente à residência, munidos de bandeiras e camisetas verde e amarela, para recepcionarem o presidente. Empolgado com a manifestação, Bolsonaro fez um discurso de campanha da sacada da casa do embaixador.
Um episódio que também virou notícia em jornais pelo mundo, foi o fato de um britânico aposentado de 61 anos que passava pelo local ter sido hostilizado pelos bolsonaristas, após pedir que os manifestantes respeitassem o dia do funeral da rainha Elizabeth 2ª, ao se surpreender com os gritos de “mito” e “Bolsonaro presidente 2022”.
“Vocês estão na Inglaterra, demonstrem algum respeito, é o dia do funeral da rainha”, gritou o britânico.
“Vocês estão desrespeitando o Brasil. Esse é o funeral da rainha. Mostrem mais respeito! Isso está muito errado, é desrespeitoso com a rainha. O seu presidente não deve estar feliz com o seu comportamento”, completou ainda o homem.
Aos 96 anos, a rainha Isabel II morreu no dia 8 de agosto, no castelo de Balmoral, na Escócia, horas depois do Palácio de Buckingham emitir uma nota informando que médicos da família real estavam preocupados com a saúde da monarca.