O Catar teve um gasto de mais de US$ 229 bilhões para se preparar para receber a Copa do Mundo 2022. Além da construção de estádios, o país fez uma modernização da estrutura de transporte e acomodações para receber mais de um milhão de turistas.
Os gastos no Catar
O Catar contou com alguns problemas e precisou investir não só nos estádios, mas também na infraestrutura do país.
Com a escassez de acomodações para os turistas, que giravam em torno de 30 mil quartos de hotéis em março, o país precisou fazer alguns investimentos. A maioria desses leitos foram reservadas pela Fifa para as equipes, os times e os patrocinadores.
Por se tratar de um país pequeno, os países vizinhos (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã e Kuwait) ficaram com a missão de acomodar diversos torcedores, que não conseguiram ficar no Catar. Assim, o país precisou criar vias expressas, uma rede de metrô, um porto e expandiu o aeroporto para facilitar a locomoção dos visitantes.
Dos US$ 200 bilhões investidos, apenas US$ 6,5 bilhões foram destinados aos estádios, bases para as seleções e instalações para os visitantes. Foram construídas sete novas arenas e o Estádio Internacional Khalifa foi modernizado.
Dentre todos construídos, o Estádio Al Bayt foi o mais caro, custando US$ 847 bilhões. Outro investimento foi o metrô de Doha, inaugurado em maio de 2019, teve um custo de US$ 36 bilhões. O Aeroporto Internacional de Hamad, inaugurado em 2014, passou por modernização que custou mais de US$ 16 bilhões.
Agradando os turistas
Além disso, o país fez investimentos para agradar os turistas, como o shopping Place Vendôme, que fica à beira-mar de Lusail e possui 600 lojas. O empreendimento foi inaugurado no início do ano.
Com a estrutura que reimagina Paris, o local tem um canal para os compradores que chegam de barco, além de refeições ao ar livre, que dá vista às fontes de águas dançantes e uma ala luxuosa com lojas da Christian Dior e Louis Vuitton.
O país também investiu em hotéis de luxo. Catar espera receber mais de um milhão de turistas durante a competição, o que geraria um aumento na economia de US$ 4 bilhões e um impacto total de US$ 20 bilhões. Ou seja 10% do valor investido de retorno imediato.
Vale lembrar que os há pacotes de luxo para assistir a 19 partidas das 64 que aconteceram que gira em torno de US$ 2,6 milhões. O ingresso mais barato sai por US$ 69.
Comparação com anos anteriores
O valor é 16 vezes maior do que o investimento que a Rússia fez para receber a competição em 2018. Na época, o país chegou a gastar US$ 11,6 bilhões para ser sede. Já o Brasil, que sediou em 2014, gastou cerca de US$ 15 bilhões nos preparativos.
Em 2010, foi a vez da África do Sul desembolsar US$ 3,6 bilhões para adequar o país para receber o Mundial. A Copa de 2006 custou US$ 4,3 bilhões para os cofres alemães. Em 2002, Coréia e Japão tiveram um gasto de US$ 7 bilhões. A França, em 1998, desembolsou US$ 2,3 bilhões e, em 1994, os EUA gastaram meio bilhão de dólares para sediar o evento.