Malka Leifer, ex-diretora de uma escola para meninas judias ultraortodoxas na Austrália, foi condenada a 15 anos de prisão por estupro e abuso sexual contra duas alunas. Os crimes ocorreram há mais de uma década.
As acusações foram feitas por três irmãs, mas a sentença, proferida na quinta-feira (25), diz respeito as denúncias feitas por duas delas, Dassi Erlich, de 35 anos, e Elly Sapper, de 34. No caso da terceira irmã, Nicole Meyer, de 37, Malka foi considerada inocente.
Em abril deste ano, um júri considerou a ex-diretora culpada de 18 acusações de estupro, abuso sexual, incluindo violação, penetração sexual e agressão indecente. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre os anos de 2003 a 2007, quando Malka era diretora da Escola Adass Israel em Melbourne. Ela tinha entre 37 e 41 anos na época.
Os promotores afirmam que os abusos sexuais, que ocorreram na escola, nos acampamentos escolares e na casa da acusada, começaram quando as meninas eram estudantes do ensino médio e continuaram no primeiro ano em que elas se tornaram professoras-alunas.
Conforme o relato de uma das irmãs, em um dos episódios, Malka a estuprou em 2006 após convidá-la para dormir em sua casa para “aulas de kallah”, um curso de etiqueta pré-matrimonial. “Isso vai ajudá-la em sua noite de núpcias’, teria dito a ex-diretora.
Ao proferir a sentença, o juiz Mark Gamble disse que a ex-diretora teve um “comportamento predatório” contra as vítimas e usou a sua posição de autoridade e influência na comunidade judaica local para permitir os seus abusos. Ela “não demonstrou remorso”, completou ainda o magistrado.
Malka sempre negou os crimes e, na quinta-feira ,assistiu aos procedimentos por videoconferência do Dame Phyllis Frost Centre, a prisão de segurança máxima de Melbourne. Ela chorou quando a sentença foi proferida.
Em 2008, quando começaram a circular os primeiros relatos dos abusos cometidos, Malka fugiu para Israel. Mas, mesmo assim, em 2014, ela acabou presa a pedido da Austrália.
Sua extradição, contudo, demorou mais alguns anos e só aconteceu em 2021, porque, segundo um tribunal israelita, ela fingiu ter problemas de saúde mental para evitar o retorno e o julgamento.