Um míssil explodiu atrás de um repórter francês na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, na noite da última segunda-feira (2). O jornalista Paul Gasnier, do programa Quotidien, do canal francês TMC, se preparava para uma entrada ao vivo quando foi surpreendido pelo bombardeio. (Assista abaixo)
Nas imagens, é possível Gasnier posicionado com o microfone na mão quando o míssil russo atinge um edifício a poucos metros de distância. Assustado, ele sai correndo para se proteger.
Depois que o míssil explodiu atrás do repórter, a equipe que estava no estúdio ficou sem reação porque não sabia se Gasnier e os outros colegas estavam bem. Mas por sorte, ninguém ficou ferido e pouco tempo depois a transmissão foi retomada.
Veja o vídeo:
Juste avant de prendre l’antenne hier soir en Ukraine, une violente explosion s’est produite juste derrière notre équipe. On revient sur cette séquence glaçante ?#Quotidien pic.twitter.com/7lXwHHEWfr
— Quotidien (@Qofficiel) January 3, 2023
O jornalista então explicou que a entrada ao vivo aconteceria em frente ao hotel onde ele e o restante da equipe estavam hospedados. No entanto, após a explosão, parte da construção foi abalada e os vidros das janelas voaram para todos os lados.
“Tudo tremeu ao nosso redor, uma parte da parede do hotel desabou atrás da equipe, todas as janelas do hotel quebraram”, contou Gasnier.
“Nós ficamos muito assustados, mas estamos seguros. Agora estamos bem. Nossas mãos estão tremendo um pouco por causa do choque, mas acabou. Estamos bem”, continuou.
O repórter contou ainda que tudo aconteceu muito rápido e eles não sabiam exatamente o que de fato tinha acontecido em um primeiro momento. “Não sabíamos exatamente o que havia acontecido, apenas que tinha sido muito barulhento. Nossas bocas e olhos ficaram cobertos com poeira.”
Em uma nova transmissão ao Quotidien, feita na terça-feira (3), Gasnier voltou a falar sobre o assunto e contou que, ele, a cinegrafista Héloïse, o técnico de som Théo e o tradutor ucraniano Ivan se refugiaram no hotel antes de seguirem para um abrigo do outro lado da cidade.
Seguindo outros jornalistas, os quatro chegaram ao anexo de uma igreja cujo porão serve de refúgio e se juntaram a outras pessoas escondidas. Ele explicou que a certa altura, um dos clérigos sugeriu que todos se dessem as mãos em oração enquanto o bombardeio continuava.
“A explosão vista foi apenas a primeira de uma longa série que durou toda a tarde até à meia-noite, uma hora da manhã. […] Viemos justamente para entender como os ucranianos viveram nesta guerra e acreditem que é assustador”, concluiu.
Depois do susto ele e seus colegas decidiram deixar a região de Kramatorsk e retornar a Kyiv, onde acreditam estarem mais seguros.