Uma mulher que fez acusações falsas de estupro e tráfico sexual foi condenada a oito anos de prisão, nesta terça-feira (14), na Inglaterra. Eleanor Williams, de 22 anos, foi considerada culpada, por unanimidade, por perverter o curso da Justiça.
A inglesa declarou ter sido estuprada por uma quadrilha asiática, entre outras afirmações falsas contra uma série de outros homens, que resultaram na prisão de um inocente. Ele chegou a ficar preso por 73 dias.
No Tribunal, o juiz responsável pelo caso afirmou que as alegações de Eleanor eram “totalmente fictícias” e a criticou por não mostrar “nenhum sinal significativo de remorso”.
De acordo com o jornal local ‘The Guardian’, as acusações falsas de estupro se tornaram virais em maio de 2020, durante a quarentena causada pela pandemia de Covid-19. Na ocasião, ela postou, no Facebook, fotos de si mesma coberta de hematomas como um olho roxo e um dedo parcialmente decepado.
Segundo o relato dado por Eleanor na rede social, ela foi espancada e forçada a participar de uma orgia promovida por homens asiáticos, que eram na maioria empresários paquistaneses.
Logo, a publicação se espalhou e provocou uma onda de indignação e de solidariedade chamada ‘Justice for Ellie’. Uma página foi criada e angariou mais de 100 mil membros no Facebook. O caso provocou manifestações em todo o Reino Unido, em meio a alegações de acobertamento policial.
Posteriormente, foi descoberto que a mulher usou um martelo para causar os ferimentos em si própria com o objetivo de posar para foto.
Durante o julgamento foi ressaltado que a denúncia mentirosa da inglesa fez com que os crimes de ódio na cidade de Barrow, onde ela vivia, triplicassem.
Apesar do foco nos asiáticos, ela também fez falsas acusações de estupro contra três jovens brancos, um dos quais, Oliver Gardner, simplesmente teve o azar de pedir a ela uma informação na rua. Outro, Jordan Trengove, passou 73 dias em prisão preventiva depois que ela o acusou falsamente de estuprá-la e drogá-la sob a mira de uma faca.
No entanto, Williams reservou suas acusações mais loucas para um empresário de Barrow, Mohammed Ramzan. Ela afirmou que ele era, na verdade, o chefe de uma gangue internacional de aliciamento, que primeiro fez sexo com ela aos 12 ou 13 anos e depois a traficou com dezenas de outras garotas para o noroeste da Inglaterra e para o exterior.
Segundo o empresário, ele viu Eleanor apenas uma vez, brevemente, em uma festa de família. Trengove, Gardner e Ramzan afirmaram que tentaram cometer suicídio por serem falsamente acusados.
A investigação também descobriu que Eleanor tinha seis telefones celulares que usava para criar identidades falsas e manipular contas do Snapchat de homens reais que conheceu – por meio do aplicativo de namoro Tinder ou assinantes de sua conta no OnlyFans – para fazê-los parecer que eram abusadores asiáticos.
