As buscas pelo submarino desaparecido que levava turistas até os destroços do Titanic, no fundo do Oceano Atlântico, não tiveram sucesso nesta segunda-feira (19). Cinco pessoas estão a bordo do veículo submersível, entre elas, Paul-Henry Nargeolet, o mais reconhecido especialista do naufrágio do famoso navio.
Na tarde desta segunda, a Guarda Costeira dos Estados Unidos realizou uma coletiva de imprensa para falar sobre o trabalho que está sendo realizado desde domingo (18), data em que o veículo sumiu no mar.
“Estamos trabalhando muito de perto neste momento para garantir que estamos fazendo tudo o que podemos fazer para localizar o submersível e resgatar aqueles a bordo”, afirmou John Mauger, oficial da Guarda Costeira.
De acordo com o oficial, a última comunicação enviada pelo submarino que desapareceu rumo ao Titanic foi enviada uma hora e 45 minutos após a partida do veículo, ocorrida na manhã de domingo.
“A localização desta busca é de aproximadamente 1,5 quilômetro a leste de Cape Cod, em uma profundidade de água de aproximadamente 3.963 metros. É uma área remota e é um desafio conduzir uma busca nesta área”, explicou ainda o oficial.
O governo norte-americano trabalha em parceria com as forças armadas do Canadá e utiliza todo o tipo de tecnologia que possui nas buscas pelo submarino desaparecido. Além disso, está a procura de parcerias com empresas privadas que possuem aparelhos com tecnologias ainda mais avançadas.
Como é o submarino desaparecido?
O passeio, administrado pela empresa OceanGate, se chama ‘Expedição Titanic’ e custa US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão) por pessoa. Ao todo, a aventura dura dez dias, sendo que os dois primeiros são feitos em um barco que sai do Canadá e leva os turistas até o local do naufrágio.
Lá, os turistas seguem no veículo submersível, com capacidade para levar o piloto e quatro passageiros, até os destroços do Titanic a 3.800 metros de profundidade. Essa parte do passeio leva cerca de oito horas entre ida e volta.
No ano passado, o jornalista David Pogue, da CBS, fez a viagem após receber um convite da OceanGate. Na reportagem é possível ver o submarino desaparecido. Assista:
Quem está a bordo?
De acordo com o jornal britânico ‘The Guardian’, Paul-Henry Nargeolet é o capitão do submarino desaparecido. Além de ser piloto de submersível, o ex-comandante da Marinha Francesa também é especialista em mergulho profundo e diretor do programa de pesquisa subaquática para o Grupo E/M e Titanic, Inc.
Nargeolet já liderou pelo menos 30 expedições até o Titanic, sendo que a primeira delas ocorreu ainda em 1987. Com o sumiço do veículo, o tabloide ‘The Sun’ resgatou uma entrevista dada pelo especialista em 2019, na qual ele falava sobre os perigos da exploração marítima.
“Se você está 11 metros ou 11 quilômetros abaixo [da superfície] e algo ruim acontece, o resultado é o mesmo. Quando você está em águas muito profundas, você está morto antes de perceber que algo está acontecendo”, disse Nargeolet à Irish Examiner
O outro passageiro confirmado é o bilionário Hamish Harding, cofundador e presidente da Action Aviation, empresa de serviços de aviação e aeroespaciais. Essa não é sua primeira aventura, em 2022, ele viajou para o espaço com a empresa Blue Origin, de Jeff Bezos.
As outras três pessoas ainda não tiveram suas identidades divulgadas.