Um verme normalmente encontrado em cobras foi retirado vivo do cérebro de uma idosa de 64 anos que mora no sudeste de New South Wales, na Austrália. Em um comunicado, emitido nesta terça-feira (29), os médicos que cuidam da paciente informaram que é a primeira vez que o parasita Ophidascaris robertsi é encontrado em um humano.
De acordo com os profissionais, no final de janeiro de 2021, a mulher foi internada após sofrer por três semanas com dores abdominais, diarreia, tosse seca constante, febre e suores noturnos.
Em 2022, os sintomas pioraram e ela também passou a se queixar de esquecimento e depressão. Foi então que ela foi encaminhada para o hospital de Canberra e submetida a uma ressonância magnética cerebral. O exame mostrou uma anomalia que exigia um procedimento cirúrgico, mas os médicos não faziam ideia do que iam encontrar.
Foi só quando o neurocirurgião Hari Priya Bandi abriu a cabeça da paciente que ele descobriu o parasita de 8 centímetros vivendo tranquilamente no cérebro humano.
“Os neurocirurgiões lidam regularmente com infecções no cérebro, mas esta foi uma descoberta única na carreira. Ninguém esperava encontrar isso. Ele disse: ‘Você não vai acreditar no que acabei de encontrar no cérebro desta senhora – está vivo e se contorcendo’”, contou Sanjaya Senanayake, colega de Bandi.
“Até onde sabemos, é também a primeira vez que aparece no cérebro de uma espécie de mamífero, humano ou não”, acrescentou a Senanayake.
Após a surpresa, Bandi precisou pedir ajuda para uma equipe de especialistas para que eles identificassem com que tipo de verme estavam lidando.
“Camberra é um lugar pequeno, por isso enviamos o verme, que ainda estava vivo, direto para o laboratório de um cientista do CSIRO [Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation], que tem muita experiência com parasitas. Ele apenas olhou para o verme e disse: ‘Meu Deus, este é Ophidascaris robertsi’”, lembrou Senanayake.
Resolvido o primeiro mistério, os médicos ainda tinham que descobrir como a mulher foi parasitada pela lombriga de cobras. A hipótese levantada é de que como ela vive em uma área habitada por pítons-tapete e costumava coletar arbustos comestíveis para usar na culinária tenha se contaminado através de fezes desses animais.
Eles, no entanto, não sabem se a idosa foi infectada ao tocar as plantas ou apenas depois de comê-las.
Uma mulher vietnamina foi parar no hospital com vermes rastejando sob sua pele depois de ingerir uma sopa contaminada. Segundo os médicos, os parasitas também infestam o cérebro da paciente, que não foi identificada.
