Um teste de laboratório capaz de diagnosticar o Alzheimer aprovado recentemente nos Estados Unidos (EUA), acaba de chegar ao Brasil.
De acordo com a Federal Drug Administration (FDA), o exame é feito a partir de uma amostra de sangue do paciente, e pode auxiliar bastante no diagnóstico precoce da doença.
No momento, o exame é feito apenas em algumas unidades dos laboratórios da rede Dasa.
Alzheimer afeta pelo menos 1,2 milhões no Brasil
De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 1,2 milhões de pessoas convivem com o Alzheimer no país. No entanto, a maior parte desses indivíduos ainda não sabe de seu diagnóstico.
Dessa maneira, o exame de sangue combinado com outros tipos de testes pode auxiliar bastante no diagnóstico da doença, principalmente em um estágio mais inicial.
Atualmente, o exame para diagnosticar a doença é uma punção lombar que coleta um líquido usado para visualizar os níveis das placas amiloides que se acumulam no cérebro de um indivíduo.
No entanto, além de invasiva e dolorosa, a coleta do líquido tem um custo bastante elevado, justamente ao contrário do novo exame de sangue de laboratório, que além de um custo menor, possui uma sensibilidade crítica alta.
Apesar dessa evolução, mesmo depois da autorização da Federal Drug Administration, o teste só deve ser usado com outras soluções e informações clínicas de um paciente, e nunca de maneira isolada, pois apenas um resultado positivo não pode confirmar um quadro da doença, de acordo com a própria FDA.
No Brasil, este novo exame de sangue procura identificar os dois tipos de proteína beta-amiloide: a 40 e a 42, pois quando elas se agrupam podem ter um efeito tóxico nos neurônios.
O exame, a princípio, terá o custo de R$ 1,5 mil.
Sobre o Alzheimer
O Alzheimer, conforme médicos, é uma doença de demência neurodegenerativa, e se manifesta principalmente em idosos. A princípio, a causa ainda é estudada, mas a ciência acredita que a doença tenha relação com a genética.
Ainda segundo especialistas, o Alzheimer começa quando o processamento de algumas proteínas do sistema nervoso central começam a falhar. Nessa falha surgem fragmentos de proteínas tóxicas dentro dos neurônios e nos espaços entre eles.
Por conta dessas toxinas, os indivíduos afetados acabam tendo perda progressiva de neurônios responsáveis por controlar a memória, como por exemplo o córtex e o hipocampo.
De uma forma geral, a doença tende a evoluir de forma lenta, nos seguintes estágios:
- 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;
- 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, além de agitação e insônia;
- 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva;
- 4 (terminal): restrição ao leito, mutismo, dor ao engolir e infecções intercorrentes.
Sintomas
- falta de memória para acontecimentos recentes;
- repetição da mesma pergunta;
- dificuldade para acompanhar conversas ou pensamentos;
- incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
- dificuldade para dirigir e encontrar caminhos conhecidos;
- dificuldade para encontrar palavras;
- irritabilidade, desconfiança e agressividade;
- interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos;
- isolamento.