Um cachorro foi diagnosticado com varíola dos macacos em Juiz de Fora, município a 262 km da capital Belo Horizonte, em Minas Gerais. É o primeiro caso confirmado de um animal doméstico infectado pelo vírus monkeypox no Brasil e o terceiro no mundo.
A principal suspeita de transmissão é que o cão tenha contraído a doença ao ter contato com seu tutor, que no início de agosto positivou para varíola dos macacos.
O animal é um filhote de cinco meses da raça Shih-Tzu e é acompanhado pela Secretaria Municipal de Saúde e por uma veterinária especializada.
Cachorro é diagnosticado com varíola dos macacos após ter coceira
O cachorro foi diagnosticado com varíola dos macacos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) na última segunda-feira (22), que, na sequência, notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (CIEVS Minas).
Já na quarta-feira (24), o Ministério da Saúde confirmou o caso por meio de nota. Segundo o comunicado, os primeiros sintomas da varíola dos macacos no animal se apresentaram no dia 13 de agosto. Eles iniciaram com prurido (coceira) e lesões e crostas localizadas no dorso e pescoço.
Em entrevista concedida ao portal G1, o dono do cachorro contou que o estado de saúde do animal de estimação é estável e ele não apresentou nenhum outro sintoma além das feridas cutâneas. No entanto, como o cãozinho acaba coçando as lesões, elas ficam piores do que em humanos.
Transmissão da doença de humano para animais
Até o momento, apenas três casos de transmissão da varíola dos macacos de seres humanos para animais foram confirmados:
- Um nos Estados Unidos da América (EUA)
- Um na França
- Um no Brasil
O que fazer se meu animal está com varíola dos macacos
O Ministério da Saúde orienta que pessoas infectadas pelo vírus monkeypox não tenham contato com animais, “para evitar a propagação do vírus”. Mas caso o animal seja exposto à varíola dos macacos é recomendado:
- Não abandonar animais de estimação e evitar a eutanásia por causa de uma exposição potencial ao vírus monkeypox;
- Não limpar ou banhar o animal de estimação com desinfetantes químicos, como álcool 70%, lenços de limpeza, produtos industriais ou de superfícies;
- Não colocar máscara no animal de estimação;
- Evitar que o animal lamba as erupções cutâneas ou mucosas; utilizar colar pós-operatório;
- Utilizar água corrente ou soro fisiológico, se disponível, molhado na gaze para limpeza das feridas e seque para evitar infecção;
- Não utilizar tratamentos, como medicamentos, sem prévia consulta de médico veterinário;
- Separar o animal doente de outros para minimizar o contato direto, por pelo menos 21 dias após o adoecimento ou até se recuperar totalmente;
- Evitar o contato com pessoas imunosuprimidas, grávidas, pessoas que tenham filhos pequenos presentes (menores de 8 anos de idade), ou com histórico de dermatite atópica ou eczema, pois podem estar em risco aumentado de desfechos graves da doença; estes não devem prestar cuidados a animais doentes;
- Desinfestar roupas de caminhas, recintos, pratos de alimentos e quaisquer outros itens em contato direto com animais infectados com água sanitária por 30 minutos e lavar com água corrente e sabão;
- Descartar os resíduos dos animais no vaso sanitário ou, caso não haja sistema de esgoto, usar uma lata de lixo específica e forrada para todos os resíduos potencialmente contaminados. Jamais descartar ao ar livre.