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Caso Bernardo: novas testemunhas depõem no julgamento do pai

A criança de 11 anos foi assassinada em 2014; a madrasta foi condenada a mais de 34 anos de prisão

Por Caroline Berticelli

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Quase dez anos após o Caso Bernardo Boldrini, o pai do menino de 11 anos assassinado na cidade de Três Passos, no Rio Grande do Sul (RS), em 2014, está sendo julgado pelo seu envolvimento no crime. O médico Leandro Boldrini é acusado pela morte do filho

Em 2019, ele chegou a ser julgado e condenado a mais de 33 anos de prisão, mas o júri foi anulado em dezembro de 2021. O novo julgamento tem a previsão de duração de três dias. Ao todo, dez testemunhas serão ouvidas. 

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Entre os depoimentos previstos para esta terça-feira (21), está o da delegada Cristiane Braucks, que investigou o caso na época. 

Na segunda-feira (20), primeiro dia das audiências, a delegada Caroline Bamberg falou por cerca de seis horas ao júri. Segundo seu depoimento, não existem provas de que Leandro estava no local do crime, mas “há um conjunto probatório de que ele foi o mentor da morte” no caso Bernardo

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Para Caroline, Bernardo era considerado um “estorvo” após a morte de sua mãe e, principalmente, depois que a madrasta, Graciele Ugulini, foi morar com Leandro e o filho. A delegada também ressaltou que existia “desleixo” em relação ao bem-estar da criança por parte do pai e que o casal tinha a “ideia fixa de se livrar da criança”.

Ela ainda destacou que o pai não demonstrou grande preocupação com o suposto desaparecimento do filho.

O Conselho de Sentença é formado por seis homens e uma mulher.

O Caso Bernardo Boldrini

  • Bernardo Boldrini desapareceu no dia 4 de abril de 2014, quando supostamente teria saído de casa para dormir na casa de um amigo. 
  • No dia 6 de abril, Leandro foi até a residência do menino e descobriu que o filho não estava lá. 
  • Leandro então registrou o desaparecimento e no dia 13 chegou a pedir ajuda em uma rádio local.
  • No dia 14 de abril o corpo da criança foi encontrado em Frederico Westphalen, a 80 km de Três Passos. O pai, a madrasta, e uma amiga do casal chamada Edelvância Wirganovicz foram presos
  • A partir de 15 de abril começaram a vir à tona os sofrimentos impostos ao menino. Segundo a investigação, no início de 2014, o próprio Bernardo procurou o Judiciário para pedir que pudesse viver com a família materna. 
  • Sua avó, Jussara Uglione, contou que o neto era maltratado pela madrasta e, inclusive, era impedido de entrar na própria casa enquanto o pai não chegasse do trabalho. Já uma ex-babá declarou que o casal dava pouca atenção a Bernardo e que Graciele costumava afastá-lo do pai, além de o agredir de forma verbal constantemente. 
  • Em 16 de abril, Bernardo foi enterrado no mesmo jazigo que sua mãe, Odilane, que cometeu suicídio aos 30 anos em 2010. 
  • Em 10 de maio, o irmão de Edelvania, Evandro Wirganovicz, foi preso por envolvimento no crime. A polícia apontou que ele ajudou a fazer a cova para o corpo da criança. 
  • Em 15 de maio, o pai, a madrasta e a amiga foram denunciados, pelo Ministério Público, por homicídio quadruplamente qualificado e por ocultação de cadáver. Para a promotora responsável pelo Caso Bernardo Boldrini os três mataram a vítima. 

“Leandro foi o mentor intelectual desse crime. Ele tinha o domínio do fato. A decisão da morte do filho foi dele. A prova existe”, disse Dinamárcia Maciel de Oliveira, na época. 

  • Em 2019, Graciele Ugulini, a madrasta, foi condenada a 34 anos e sete meses de prisão; Leandro Boldrini a 33 anos e oito meses; Edelvânia Wirganovicz a 22 anos e 10 meses e Evandro Wirganovicz a nove anos e seis meses em regime semiaberto.

Como Bernardo Boldrini morreu

A investigação apontou que a madrasta de Bernardo ministrou uma superdosagem do medicamento Midazolam no menino. Inicialmente, a droga foi aplicada por via oral e, posteriormente, por via intravenosa. 

Cupons fiscais e imagens de câmeras de segurança comprovaram que Graciele e a amiga Edelvania compraram o remédio Midazolam, soda cáustica e ferramentas, como a pá usada no crime. 

Bernardo foi encontrado nu, enrolado em um saco plástico e enterrado em uma cova que teria sido cavada dois dias antes do crime. O corpo também foi coberto com soda cáustica, que teria sido jogada pela madrasta. 

Os investigadores também descobriram um vídeo em que Bernardo pedia socorro aos vizinhos enquanto brigava com o pai e a madrasta. Também é possível ouvir que o menino diz que quer denunciar o casal à imprensa e é ameaçada por Graciele. Veja parte do diálogo: 

  • Bernardo: Tu me agrediu
  • Graciele: E vou agredir mais a próxima vez que tu abrir a boca pra falar de mim. Não fiz nada em ti.
  • Bernardo: Tu me bateu
  • Graciele: Tu não sabe o que eu sou capaz de fazer. Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Prefiro apodrecer na cadeia do que ficar nessa casa contigo incomodando. Tu não sabe do que eu sou capaz. Nós vamos ver quem tem mais força. Nós vamos ver quem vai baixar na terra primeiro. 
  • Leandro: Eu fico com pena de ti. Tua mãe te botou no mato. Deus o livre. Te abandonou.
  • Bernardo: Porque tu traiu ela.
  • Graciele: Ela que andava com tudo que é homem. Ela que era vagabunda.
  • Bernardo: Minha mãe não é vagabunda.
  • Graciele: Então vai perguntar para as pessoas da cidade o que ela fazia. 
  • Leandro: Eu sei que a tua mãe é o máximo para ti, mas ele simplesmente te abandonou.
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