O caso da jovem que teve a morte gravada em vídeo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, começa a ser julgado nesta terça-feira (28). Ao todo, seis pessoas foram indiciadas por envolvimento no crime que vitimou Paola Avaly Corrêa, de 18 anos, em 2018.
Todos os réus estão presos desde 2018 e serão julgados na 4ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre, especializada em feminicídios. Os seis respondem por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. As qualificadoras são feminicídio, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O júri irá ocorrer em duas sessões. Hoje serão julgados:
- Vinicius Matheus da Silva, de 25 anos, acusado de levar Paola até o local do crime e atirar nela;
- Carlos Cleomir Rodrigues da Silva, de 39 anos, apontado com um dos executores do rapto;
- Paulo Henrique Silveira Merlo, de 40 anos, acusada de cavar o buraco onde a vítima foi enterrada.
Já na quinta-feira (2) serão julgados:
- Nathan Sirangelo, de 27 anos, ex-namorado de Paola e apontado como mandante do crime. Ele teria ordenado a execução enquanto estava preso na Cadeia Pública de Porto Alegre, após se irritar com uma postagem feita pela jovem nas redes sociais.
- Bruno Cardoso Oliveira, de 28, responde por ter planejado o crime e reunir os outros participantes;
- Thais Cristina dos Santos, de 24 anos, acusada por emprestar a residência para esconder Paola, indicar o local do assassinato e filmar a execução.
Relembre o caso da jovem que teve morte gravada em vídeo
Paola desapareceu no dia 13 de maio de 2018 após sair para se encontrar, conforme a polícia, com Vinícius e Carlos indicados por Nathan. Os dois então raptaram a vítima e a levaram para a residência de Thais. Lá, ela foi amarrada e colocada dentro de uma cova rasa onde permaneceu por horas.
Antes de ser assassinada, Paola falou com Nathan por telefone e tentou se desculpar, mas mesmo assim foi executada com dois disparos de arma de fogo no rosto. Seu corpo foi encontrado quatro dias depois.
A jovem teve a morte gravada em vídeo com seu próprio celular para que as imagens servissem como prova de que o crime havia sido executado. Na época, o vídeo chocante foi parar na internet e correu o mundo devido ao grau de violência contra a mulher.
Durante a investigação, a polícia descobriu que Paola havia conhecido Nathan pelas redes sociais, em dezembro de 2017, quando ele já estava preso por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. O rapaz era apontado como um dos gerentes de uma facção criminosa que atua na capital gaúcha.
Ela passou a fazer visitas íntimas para Nathan na cadeia pública e os dois começaram a namorar. Paola então se mudou para a casa de familiares do criminoso e começou a ser sustentada por ele.
No entanto, em uma das visitas ao namorado dentro da cadeia, ela foi agredida por ele com tanta violência que um agente penitenciário precisou intervir. Algum tempo depois, poucos dias antes do crime, Paola brigou com Nathan e terminou o namoro.
Após ser ameaçada pelo ex-namorado, ela fez uma publicação nas redes sociais e o chamou de “corno”. O que provocou a ira do traficante que ordenou sua execução.