Após dez anos do início do Caso Joaquim Ponte Marques, a mãe do menino morto aos três anos, a psicóloga Natália Mingoni Ponte, foi absolvida. Já o ex-marido e padrasto do menino, Guilherme Raymo Longo, acabou sentenciado a 40 anos de prisão.
Guilherme foi acusado e condenado por homicídio triplamente qualificado — por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Por sua vez, Natália foi indiciada apenas por omissão na morte do filho, porque não impediu a convivência do marido, violento e que havia voltado a usar drogas, com a criança.
O julgamento de ambos durou seis dias e terminou na noite do último sábado (21). O júri popular ocorreu em Ribeirão Preto, a 313 km de São Paulo (SP), onde a família vivia na época do crime.
De acordo com a acusação do Ministério Público Estadual, Guilherme matou o enteado que era diabético com uma superdosagem de insulina (166 unidades) e, em seguida, jogou o corpo da criança no córrego Tanquinho, que ficava a cerca de 200 metros da casa em que eles moravam.
Ainda conforme a acusação, ele teria cometido o crime porque tinha ciúmes do enteado e porque estava incomodado com o fato da esposa ter muito contato com o ex-marido e pai da criança devido a, recém descoberta, diabete de Joaquim.
O Caso Joaquim Ponte Marques
Natália conheceu Guilherme em uma clínica de dependência química onde trabalhava como psicóloga. Os dois começaram a namorar e posteriormente foram morar juntos.
Na época do crime, ela havia dado à luz ao segundo filho, fruto do relacionamento com Guilherme, há cerca de três meses. Segundo o MP, no dia do crime, inclusive, ela estava dormindo no quarto do bebê quando o marido aplicou a superdosagem de insulina em Joaquim e se desfez do cadáver.
Na manhã do dia 5 de novembro de 2013, o Caso Joaquim começou quando levantou e não encontrou o filho dentro de casa. Ele foi considerado desaparecido e as buscas começaram.
Cães farejadores chegaram a fazer o percurso da residência até o córrego e a possibilidade da criança ter fugido durante a noite chegou a ser levantada. No entanto, o fato da casa ter grades em todas as janelas e o do portão estar trancado impossibilitava essa tese.
O corpo de Joaquim foi encontrado cinco dias depois no Rio Pardo, em Ribeirão Preto, do qual o córrego é afluente. O laudo apontou que não havia água em seus pulmões, ou seja, ele já estava morto quando foi jogado do rio.