Um coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) foi morto em Natal, no Rio Grande do Norte, e o crime foi escondido por quatro meses por uma garota de programa, que assumiu a identidade da vítima. O caso foi revelado pelo programa ‘Fantástico’, da Rede Globo, neste domingo (26).
O coronel Roberto Perdiza conheceu a garota de programa, identificada apenas como Jerusa, em uma casa noturna há três anos. Ela foi morar com a vítima pouco tempo antes do crime.
A última imagem de Roberto Perdiza com vida foi registrada no fim da tarde de 30 de agosto de 2022. Na ocasião, as câmeras de segurança do condomínio onde ele vivia gravaram quando ele saiu às 17h17 e entrou em um veículo de aplicativo. Duas horas depois, Jerusa sai do local a pé.
De acordo com a investigação, ele seguiu para um bar nas proximidades e, na sequência, foi para um motel em companhia de Jerusa. Às 23h30, ela ligou para o comparsa, um matador de aluguel, e o homem foi ao encontro do casal fingindo ser um motorista de aplicativo. Foi quando, o coronel da FAB foi morto com a tiros.
Em 7 de setembro, o zelador do prédio onde Perdiza vivia ligou para irmã da vítima e perguntou se algo havia acontecido porque, segundo ele, não via o oficial de reserva há uma semana.
No dia 13, um amigo do coronel aposentado, também desconfiado com o sumiço, comunicou o desaparecimento à polícia, mas a situação foi tratada inicialmente como desaparecimento voluntário.
Ainda no mesmo mês, a garota de programa foi vista com corretores de imóveis no apartamento de Perdiza e sacando dinheiro da conta do oficial. Mensagens e ligações comprovam que ela tentava vender o imóvel.
Durante todo esse tempo, os familiares e amigos do coronel morto em Natal continuavam recebendo mensagens do celular da vítima. Segundo a irmã, nas conversas a garota de programa escrevia da mesma forma que Perdiza e mandava fotos antigas dele, do quarto e de paisagens.
Em determinado momento, no entanto, as mensagens mudaram de tom e o ‘coronel’ começou a pedir para que as pessoas o deixassem em paz, afirmando que estava no Rio de Janeiro.
Nessa altura, o caso já era investigado e Jerusa havia prestado depoimento à polícia. Na delegacia, porém, ela negou que estivesse morando com o oficial aposentado e, alguns dias depois, chegou a procurar o delegado responsável pela investigação para mentir que havia falado com Perdiza por ligação de vídeo.
Três meses depois do desaparecimento, um corpo sem cabeça e sem as mãos foi encontrado em Macaíba, município vizinho de Natal. Exames apontaram que o cadáver pertencia a um homem com mais de 65 anos e, posteriormente, um exame de DNA confirmou que se tratava de Perdiza.
Jerusa foi presa ainda em dezembro de 2022. Já seu comparsa foi detido em janeiro deste ano. Os dois devem responder por latrocínio. Ela nega o crime. Ainda conforme a reportagem do ‘Fantástico’, a defesa dos suspeitos não quis se manifestar.