Cíntia Mariano Dias Cabral, madrasta que envenenou e matou a enteada Fernanda Cabral, de 22 anos, segundo a investigação, irá a júri popular. O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) decidiu que ela deverá responder pelos crimes de homicídio consumado contra a jovem e pela tentativa de homicídio contra o enteado, Bruno Cabral, de 16 anos.
Ela passou pela audiência de instrução nesta segunda-feira (15). Cíntia permaneceu em silêncio durante todo o tempo. Duas pessoas deveriam depor como testemunhas de defesa, mas apenas uma delas compareceu: o legista Gustavo Rodrigues.
Ele foi ouvido por apenas cerca de seis minutos, já que seu testemunho poderia ser usado contra a ré. Entre as falas do legista, ele afirmou não haver dúvidas quanto ao envenenamento de Bruno.
No mesmo dia, a madrasta foi comunicada de que continuará presa até o julgamento, que deve acontecer no próximo ano.
Anteriormente, Carla Mariano, filha de Cíntia, contou que a mãe confessou ter matado Fernanda e tentado envenenar Bruno, mas não soube dizer a motivação do crime. Para a polícia, a madrasta envenenou os enteados por sentir ciúmes da relação entre eles e seu marido, com quem estava casada há seis anos.
Jane Cabral, de 48 anos, mãe das vítimas, assistiu parte da audiência de julgamento. Abalada, a mulher foi amparada por familiares e amigos de Fernanda enquanto esteve no local. Após a decisão do júri popular ser informada aos presentes, ela comemorou a decisão da Justiça.
Madrasta envenena e mata enteada
Os dois crimes ocorreram em 2022. Em março, Fernanda passou mal depois de comer um sanduíche preparado por Cíntia. Na ocasião, ela relatou estar sentindo tontura e enjoo, e foi levada ao hospital, onde morreu após passar 13 dias internada.
A princípio, o falecimento da jovem foi tratado como morte natural. No entanto, dois meses depois, no dia 15 de maio, o irmão de Fernanda, Bruno, foi parar no hospital após comer um feijão oferecido pela madrasta. Ele foi submetido a uma lavagem estomacal de emergência e um exame constatou a presença de chumbinho em seu sangue.
Conforme o relato do rapaz, que sobreviveu, o alimento estava “amargo e com pedrinhas azuis”. Foi então que a mãe dos irmãos foi até a polícia e fez uma denúncia contra a esposa de seu ex-marido.
A partir daí, a polícia começou a investigar o caso e considerar a possibilidade da madrasta ter envenenado a enteada e provocado sua morte.
O corpo de Fernanda foi então exumado, mas o exame toxicológico não conseguiu identificar o veneno. Por outro lado, uma análise feita no prontuário médico da jovem indicou que houve eliminação de chumbinho pelo organismo.
No fim de maio de 2022, o pai dos irmãos e marido da madrasta concedeu uma entrevista ao ‘Fantástico’, da Rede Globo. Na ocasião, Adeílson Cabral chamou Cíntia de monstro e declarou que “ela não tinha amor por ninguém”.
Na época de sua morte, Fernanda vivia com o pai e a madrasta e trabalhava junto Adeílson em feiras de livros.