Um pai confessou que matou o próprio filho de dois anos no Paranoá, Distrito Federal (DF). Cássio da Silva Pereira foi encontrado morto em sua casa, uma quitinete onde vivia com os pais, na terça-feira (17).
Em coletiva de imprensa, realizada na tarde desta quarta-feira (18), a Polícia Civil explicou que Wagner Pereira da Silva, 37 anos, admitiu ter agredido o filho de forma violenta, o que resultou no falecimento da criança.
O menino sofreu hemorragia e uma lesão fatal no pâncreas, decorrente da violência, que levou a um choque hipovolêmico. Além disso, um laudo do Instituto de Médico Legal (IML) também apontou que o pequeno Cássio apresentava várias marcas de violência pelo corpo e ferimentos na região dos olhos.
Em depoimento, a mãe de Cássio, Patrícia Viriato da Silva, de 25 anos, que está grávida de oito meses, contou que no dia da morte do filho saiu de casa às 6h e seguiu para a Universidade de Brasília (UnB), onde estuda Ciências Sociais.
No entanto, por volta das 7h30 recebeu uma mensagem do marido, na qual ele informava que o menino estava passando mal. O que fez com ela retornasse para a residência, mas já era tarde demais, pois quando chegou em casa o filho já estava morto.
Na ocasião, a mãe chegou a chamar os socorristas, mas eles não puderam fazer nada, além de constatar o óbito.
Pai confessa que matou o filho no Paranoá
Conforme o delegado Bruno Cunha Carvalho, da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), o pai não só confessou que matou o filho com as agressões, como também admitiu ter batido na criança em outras ocasiões e não expressou remorso ou arrependimento durante todo o interrogatório.
Conforme o próprio Wagner, ele costumava desferir socos e tapas no rosto e no peito de Cássio, principalmente nas madrugadas, pois o menino ficava “sonâmbulo”. Já no dia da morte da criança, ela teria se levantado logo depois da mãe sair de casa e, por isso, foi agredido.
Mãe também era agredida pelo marido
O delegado destacou ainda que a mãe de Cássio contou que tanto ela como o filho eram constantemente agredidos por Wagner. Entre os motivos, ela explicou que o pai batia no filho de dois anos porque o menino não obedecia em algumas situações.
No relato, a mãe da vítima declarou ainda que advertiu o marido sobre a violência contra a criança algumas vezes, mas que, ao mesmo tempo, tinha medo de Wagner e queria manter o casamento. Ela chegou a registrar, inclusive, um boletim de ocorrência por violência doméstica cometida pelo companheiro, mas acabou retirando a denúncia posteriormente.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou Wagner por homicídio triplamente qualificado. Ele havia sido preso em flagrante no dia do crime.