Um pastor de 39 anos foi preso em Guarulhos, na Grande São Paulo, na quarta-feira (7), por suspeita de estuprar adolescentes frequentadores de uma igreja evangélica na cidade.
O caso começou a ser investigado a partir do dia 1º de junho, quando um adolescente de 16 anos saiu do imóvel do pastor e correu para pedir ajuda na portaria alegando que havia sido estuprado. Na ocasião, a Polícia Militar (PM) foi chamada e todos foram conduzidos à delegacia.
Segundo a Polícia Civil, o líder religioso era responsável por cuidar de células de crianças e adolescentes há cerca de 12 anos e, por isso, era comum receber esses menores de idade no apartamento em que vivia com a esposa e o filho recém-nascido.
Durante a apuração do caso, foi descoberto que o pastor se aproveitava da célula para ministrar o que ele chamava de “lições” de costumes para crianças e adolescentes como, por exemplo, orientações para evitar a promiscuidade.
Conforme o delegado Fulvio Mecca, titular do 5º DP, o pastor preso em Guarulhos forçava as vítimas a pesquisarem vídeos e fotos pornográficas na internet e usava isso para chantagear os menores de idade.
“Posteriormente chantageava-os para não divulgar tais pesquisas para os pais e respectivos fiéis da igreja, mantendo assim relações sexuais no interior de um escritório que mantinha em seu apartamento”, diz um trecho do relatório policial.
Na sequência, a polícia também teve contato com outras duas vítimas do pastor, de 16 e 13 anos, que relataram os estupros com detalhes. Ao todo, cinco estupros, praticados em um período de dois meses, foram atribuídos ao suspeito.
Para piorar a situação do investigado, a própria esposa do pastor evangélico confirmou que o marido estuprava as vítimas no escritório de casa. Em depoimento, a mulher contou que chegou a ouvir os atos sexuais algumas vezes, mas que nunca falou nada porque depende financeiramente do marido.
Em outro trecho do relatório, o delegado aponta que o número de vítimas do pastor pode subir “drasticamente” “uma vez que o investigado vem praticando crimes de estupro, neste mesmo modus operandi [modo de ação], desde 2016 em outras unidades da supracitada igreja”.
Na residência do suspeito foram apreendidos aparelhos eletrônicos, celulares e até um colchão onde supostamente ocorriam os abusos sexuais. Todo o material será periciado.
Atualmente, ele atuava como pastor da Igreja Lagoinha de Guarulhos. Ele não tinha passagens pela polícia e atuava exclusivamente como líder religioso.