Um vídeo registrou o momento em que um agente da PM atirou e matou um homem rendido no Morro do Piolho, Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo, na manhã de domingo (5). As imagens capturaram o desespero das testemunhas enquanto Matias Menezes Caviquiole, de 24 anos, é tragicamente abatido. (Assista abaixo)
As cenas foram divulgadas primeiramente pelo jornalista André Caramante e causaram consternação pública.
O socorro chegou a ser chamado, mas o jovem atingido por um tiro no peito morreu ainda no local. Na sequência, o corpo de Matias ficou por mais de 9 horas caído na rua, à espera do Instituto Médico Legal (IML).
Veja o vídeo:
Brasil – São Paulo – São Paulo – Zona Sul – Morro do Piolho – Jardim Rosana
05.nov.23
Matias Menezes Caviquiole, 24 anos e pai de uma menina de 2 anos, foi morto hoje (05.nov.23) por um policial militar. Era ajudante de pedreiro. Foi morto com as mãos pro alto, rendido. pic.twitter.com/AjVtXgNNvS
— André Caramante (@andrecaramante) November 6, 2023
PM que matou homem rendido alega tiro acidental
- O soldado envolvido, Dernival Santos Silva, de 27 anos, alegou que o tiro que vitimou o ajudante de pedreiro de 24 anos foi acidental.
- Segundo o relato do policial, o contexto da abordagem era uma situação tensa perto de um baile funk, onde a polícia interceptou uma moto sem placa. O disparo ocorreu quando Matias, supostamente, tentou impedir a detenção dos dois ocupantes da motocicleta.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio de uma nota, confirmou que durante a abordagem de uma dupla em uma moto sem placa, Matias interveio e tentou soltar os suspeitos, sendo depois alcançado e baleado pelo policial.
“Na ocasião, policiais militares abordavam uma dupla flagrada em uma motocicleta sem placa, quando um outro homem interveio e tentou soltar os suspeitos. Ele fugiu em seguida, mas foi alcançado por outro policial. Quando o PM fazia a abordagem, houve um disparo de arma de fogo e o homem foi atingido”, diz um trecho do comunicado.
- O agente da PM que matou o homem rendido foi preso pela Polícia Civil, por homicídio culposo, mas foi liberado após o pagamento de uma fiança de R$ 1,3 mil. Já sua arma, uma pistola Glock calibre .40, foi recolhida para perícia.
- Contudo, a liberdade do soldado foi breve, pois a própria Polícia Militar o deteve novamente, conforme informado pela Secretaria da Segurança. Dernival foi conduzido ao presídio Romão Gomes e enfrenta um inquérito policial militar para esclarecer todas as circunstâncias do caso.
- Na esfera civil, o caso é apurado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Investigadores que tiveram acesso às imagens da câmera corporal do agente da PM disseram que é possível perceber que o disparo foi acidental.
Em maio, um policial civil matou um policial militar durante uma discussão em uma rua de São José dos Campos, em São Paulo. A vítima foi identificada como sargento Roberto Carlos Pereira Roque, de 49 anos. Ele trabalhava como enfermeiro veterinário na Polícia Militar na capital.