Um sargento da Polícia Militar matou um colega de farda a tiros dentro da 18ª Companhia Independente da Polícia Militar, em São José do Rio Claro, a 325 km de Cuiabá, no Mato Grosso (MT), no sábado (21). A vítima, que também era sargento, foi identificada como William Ferreira Nascimento, de 42 anos.
O autor do crime, Gabriel Castella, de 34 anos, estava detido no mesmo quartel e aguardava para ser recambiado para Nova Mutum, onde passaria por uma audiência de custódia, na segunda-feira (23). No entanto, na tarde de domingo (22), ele foi encontrado morto depois de cometer suicídio.
Ainda na noite de domingo, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), divulgou que o comandante da companhia onde as duas mortes ocorreram, o tenente coronel Cristyano Cássio Gonçalves de Vasconcelos, foi exonerado.
Sargento mata colega
Segundo Alexandre Mendes, comandante-geral da PM, o crime foi motivado por um desentendimento antigo entre os dois sargentos, referente a uma acusação de assédio envolvendo os dois. Detalhes, no entanto, não foram revelados.
O sargento matou o colega no refeitório da unidade da corporação durante uma discussão. Informações extraoficiais apontam que Nascimento teria sido atingido com cerca de seis disparos de arma de fogo.
Ele chegou a ser socorrido com vida e encaminhado para um Pronto Socorro do município, mas não resistiu aos ferimentos.
Na ocasião, depois de ouvirem os disparos, militares encontraram Castella ainda com a arma na mão na cozinha do batalhão. Ele foi preso em flagrante.
Em nota, o Comandante-Geral da PMMT afirmou que foi pessoalmente até São José do Rio Claro para acompanhar a situação.
“Em virtude do agravamento do trágico episódio ocorrido ainda no sábado em São José do Rio Claro, onde o Sgt William veio a falecer, e que se desdobrou horas atrás no suicídio do Sgt Gabriel, decidimos nos deslocar para o município de S. J. do Rio Claro, onde iremos conduzir às ações de modo a esclarecer os fatos que têm nos estarrecido.
Tal medida, facilitada pela nossa presença junto à tropa, visa desencadear uma série de medidas de suporte operacional ao policiamento, bem como de atendimento psicológico multidisciplinar e de Polícia Judiciária Militar mais efetiva, tendo em vista, o trágico desfecho do militar preso que aguardava a audiência de custódia na manhã de segunda”.
Em dezembro de 2022, um policial militar matou a esposa grávida de três meses, invadiu o batalhão em que era lotado, matou um colega, feriu outros três e cometeu suicídio em Pernambuco. O soldado da Polícia Militar que cometeu os crimes foi identificado como Guilherme Barros, de 27 anos.