Quatro policiais civis e um advogado foram presos por tráfico de drogas nesta quinta-feira (19). Todas foram alvo da Operação Drake, realizada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Os mandados foram cumpridos na capital do Rio e em Saquarema.
As investigações revelaram que os quatro agentes, anteriormente vinculados à Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), negociaram a venda de 16 toneladas de maconha para o Comando Vermelho. Na ocasião, inclusive, ocorrida há dois meses, os policiais chegaram a escoltar a carga de drogas até uma favela.
Conforme apurado pela PF e pelo MP do Rio, no dia 8 de agosto deste ano, um caminhão carregado com 16 toneladas de maconha foi interceptado por duas viaturas da DRFC. O veículo já era monitorado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A carga então foi levada para a Cidade da Polícia Civil, um espaço da corporação que abriga 15 delegacias especializadas e órgãos da chefia de Polícia Civil. A partir daí, os policiais civis negociaram a liberação da carga entorpecente e a soltura do motorista com o Comando Vermelho através da intermediação do advogado.
“Após escoltarem o caminhão até a Cidade da Polícia Civil, os policiais civis negociaram, por meio de um advogado, a liberação da carga entorpecente e a soltura do motorista, mediante o pagamento de propina”, diz um trecho de nota enviada pela Polícia Federal.
No dia seguinte, após as negociações terem sido finalizadas, o caminhão foi escoltado até Manguinhos, onde a droga foi entregue aos criminosos.
“Com a concretização do pacto criminoso, três viaturas ostensivas escoltaram o caminhão até os acessos de Manguinhos, comunidade vinculada à principal facção criminosa do Rio de Janeiro. Em seguida, a carga de maconha foi descarregada pelos criminosos”, completou a PF.
Os policiais civis presos por tráfico de drogas foram transferidos da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) em setembro, após uma mudança de comando.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que a Corregedoria-Geral da corporação apoiou a prisão dos agentes e que internamente os policiais serão alvos de Processos Administrativos Disciplinares (PADs).