O relatório final sobre o acidente aéreo que matou Marília Mendonça foi apresentado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, na tarde desta segunda-feira (15), em Brasília, e divulgado durante a noite.
O documento apontou que não houve falha mecânica na aeronave e concluiu que o julgamento do piloto no momento da aproximação do avião para o pouso contribuiu para a colisão. Ao mesmo tempo, foi ressaltado que o impacto com os cabos de energia foi um fator preponderante para o acidente.
“No que diz respeito ao perfil de aproximação para pouso, houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”, diz um trecho do relatório.
Segundo o relatório final da Cenipa, o avião que levava Marília Mendonça estava a uma altitude mais baixa do que deveria estar e a aproximação da aeronave ocorreu antes do esperado. “Foi iniciada a uma distância significativamente maior do que aquela esperada” e “com uma separação em relação ao solo muito reduzida”, diz outra parte do relatório.
O Cenipa ainda levantou a possibilidade de que o piloto e copiloto estivessem “com a atenção (visão focada) direcionada para a pista de pouso em detrimento de manter uma separação adequada com o terreno em aproximação visual”.
O relatório final sobre a morte de Marília Mendonça vai de encontro ao resultado da investigação da Polícia Civil de Minas Gerais. Em novembro de 2022, foi concluído que o avião estava voando baixo e que antes do acidente o piloto não seguiu o padrão de pouso do aeródromo e saiu da zona de proteção.
A sertaneja e outras quatro pessoas morreram no dia 5 de novembro em Piedade de Caratinga, Minas Gerais. Na ocasião, a aeronave em que todos estavam bateu em um cabo de uma torre de distribuição de energia elétrica da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), pouco antes do pouso, e caiu em curso d’água.
Também conforme o Cenipa, a linha de transmissão estava fora da zona de proteção do aeródromo, ou seja, fora da área de aproximação e decolagem e tinha altura de 38,5 metros.
O órgão ressaltou que sua investigação não tem a intenção de encontrar culpados ou comprovar as causas do acidente, mas sim evitar novas tragédias. “Os relatórios finais propõem implementar medidas por meio de recomendações de segurança, buscando o aprimoramento da segurança de voo”, diz o Cenipa.
Além da sertaneja, também morreram no acidente com o avião bimotor o tio Marília, Abicelí Silveira Dias Filho, o produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
De acordo com a Polícia Civil, a causa da morte de Marília Mendonça foi politraumatismo contuso, provocado pela queda da aeronave.
Na última quarta-feira (11), Marília Mendonça foi parar entre os assuntos mais comentados na web após a cantora ser homenageada durante o casamento de seu ex-noivo, o empresário Yugnir Ângelo,