A Polícia Civil investiga se o homem que sequestrou uma menina de 12 anos em Goiás e abusou sexualmente da vítima faz parte de uma rede de pedofilia. Daniel Moraes Bittar, 42 anos, foi preso em flagrante na quarta-feira (28).
No apartamento de Daniel no Distrito Federal, local onde garota foi encontrada em uma cama e com pés algemados, foram apreendidos um galão com clorofórmio, máquinas de choque, câmeras fotográficas, objetos sexuais e materiais pornográficos. Além de equipamentos eletrônicos que foram enviados para a perícia.
Segundo o tenente-coronel da PMGO Alessandro Arantes, responsável pelas operações da corporação no caso, no imóvel existe um “ambiente preparado para filmagens” e outros indícios que indicam que a menina de Goiás pode não ter sido a primeira vítima do homem.
“Existem fortes indícios de que [o investigado] tenha feito outras vítimas, pois, na casa dele, encontramos muitos materiais de pornografia e um ambiente preparado para filmagens”, disse Arantes.
Ele completou: “Além de inúmeros objetos que dão a entender que ele pode fazer parte de algum tipo de organização que produz e divulga vídeos de pornografia, pedofilia e [comete] uma série de outros crimes”.
Menina sequestrada em Goiás
A menina contou que seguia para a escola, por volta das 12h30, em Novo Gama, Goiás, quando foi abordada por um casal de carro, rendida com o uso de uma faca e colocada à força dentro do veículo.
Na sequência, os suspeitos pararam o veículo em uma região de mata na Cidade Ocidental, também no Entorno de Brasília, onde doparam a vítima com clorofórmio e a coloram dentro de uma mala.
Imagens do momento em que o Daniel Moraes Bittar chega com a criança no prédio em que vivia foram compartilhadas nas redes sociais. No vídeo, ele estaciona o carro e arrasta a mala em que a menina sequestrada está pela calçada.
VÍDEO! Pedófilo sequestra menina e leva ela dentro de mala para seu prédio pic.twitter.com/x8F4DVtGHl
— Meio Norte (@meionorte) June 29, 2023
Em entrevista, a mãe da menina sequestrada em Goiás contou que o marido percebeu o sumiço da filha por volta das 17h40, quando chegou do trabalho e não encontrou a garota em casa. Ele então foi até o trabalho da esposa e os dois entraram em contato com um familiar que é policial militar.
O resgate no Distrito Federal
Durante as buscas, a família conversou com os colegas da vítima que contaram terem visto um carro preto nas proximidades da escola e com um vizinho que disse ter ouvido os gritos de uma criança.
Na sequência, tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança da região, encontraram o tal veículo e conseguiram descobrir o nome do proprietário e seu endereço no Distrito Federal. Nesse meio tempo, enquanto os pais da menina sequestrada estavam na delegacia, o tio da criança resolveu ir até o apartamento.
Ao chegar no local, o policial viu o automóvel que aparecia nas imagens das câmeras de segurança estacionado e, mesmo sem mandado, resolveu entrar por medo que ela fosse assassinada. O próprio Daniel abriu a porta e, ao ser questionado, acabou confessando que a criança estava presa no quarto.
O tio então entrou no imóvel e encontrou a sobrinha com os pés algemados e com vários escoriações pelo corpo.
De acordo com a polícia, a menina contou que foi molestada, que o homem tocou em suas partes íntimas e a forçou a tocar nos genitais dele enquanto filmava tudo. A gravação teria sido enviada para a mulher que participou do sequestro.
Ainda conforme o relato da vítima, Daniel a ameaçou de morte durante todo o tempo, disse que não trabalharia durante a semana para fazê-la de “escrava sexual” e afirmou que após esse período iria decidir o que fazer com ela.