O sequestro de uma menina de 11 anos levada por um grupo armado em Criciúma, no Sul de Santa Catarina (SC), chegou ao fim. A criança foi encontrada às margens de uma estrada na madrugada desta quinta-feira (24) e já retornou para a casa da família.
Segundo a Polícia Civil, a vítima foi localizada na região de Três Cachoeiras, cidade do Rio Grande do Sul, que fica a cerca de 50 quilômetros da divisa com Santa Catarina. Ela foi deixada no local pelos criminosos após uma negociação feita a partir de um suspeito preso na tarde de quarta-feira (23).
Durante a manhã, o governo de Santa Catarina realizou uma coletiva de imprensa para informar detalhes sobre o caso. Conforme os investigadores, ao que tudo indica, os criminosos vinham planejando o crime há meses.
“Os autores desse crime não são aventureiros. Foram usados três veículos usados no sequestro. Esses carros foram preparados para isso, não foi ao acaso. Os veículos usados no sequestro foram roubados há dois meses na região, provavelmente, para serem usados neste crime “, explicou o delegado Yuri Miqueluzzi, da Divisão de Repressão a Roubos.
Até o momento, já foi identificada a participação direta de cinco suspeitos no sequestro em Criciúma, dos quais apenas um jovem de 22 anos foi preso na tarde de quarta-feira (23). A polícia, no entanto, não descarta a possibilidade de que mais pessoas tenham ligação com o crime.
Sequestro em Criciúma
A menina de 11 anos, filha de um empresário e pastor, foi levada por um grupo armado quando chegava em casa com os pais no início da madrugada de quarta-feira (23), por volta das 0h15.
Na ocasião, a família retornava de um jogo de futebol, mas quando chegou na residência, o pai não conseguiu abrir o portão principal porque ele havia sido obstruído pelos criminosos. Ele então optou em seguir para outra entrada que dá acesso ao imóvel, em uma rua lateral, mas a família foi rendida pelos sequestradores.
“Os sequestradores colocaram uma cerca no portão de entrada da garagem dos pais da criança. Então, o pai não conseguiu entrar em casa. Houve uma luta corporal em que imobilizaram o pai e em cerca de 30 segundos a criança foi levada”, contou o delegado Anselmo Cruz, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Ainda segundo Cruz, algumas horas depois, os bandidos entraram em contato com o pai da menina sequestrada e pediram R$ 11 milhões para que ela fosse liberada.
“Por volta das 6h os sequestradores entraram em contato com o pai com a foto de uma carta fazendo uma série de exigências e pedindo o valor de R$ 11 milhões pelo resgate da criança, que deveriam ser pagos em no máximo 72h”, completou o delegado.
Enquanto esteve nas mãos dos sequestradores, a criança foi mantida com os olhos vendados, amarrada e amordaçada dentro de porta-malas de carros nos quais a quadrilha viajou durante todo o dia. Ela ainda contou que pôde ir apenas duas vezes ao banheiro e ficou sem comer.
O crime segue em investigação.