O casal que sequestrou e dopou uma menina de 12 anos em Goiás foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Daniel Moraes Bittar, de 42 anos, e Gesielly de Souza Vieira, de 23, podem responder por pelo menos quatro crimes caso a Justiça aceite as acusações. Os dois estão presos.
O caso corre em sigilo devido ao envolvimento de um menor de idade. O Ministério Público realizou a denúncia no sábado (8), após a conclusão do inquérito da Polícia Civil.
Em nota divulgada à imprensa, o advogado de Daniel declarou que ele e o cliente reconhecem e respeitam “a significância” do caso, mas ressaltou que “a justiça se fundamenta nos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório.”
“Queremos enfatizar que uma decisão conclusiva só pode ser alcançada por meio de um julgamento justo e imparcial. Não podemos permitir que julgamentos precipitados comprometam o devido processo legal, nem que a exposição midiática ameace a integridade da justiça”, diz outro trecho do comunicado.
Ao ser presa, Gesielly alegou que foi coagida a participar do sequestro.
Sequestro e estupro de menina em Goiás
O crime ocorreu no dia 28 de junho. Na ocasião, a menina seguia para a escola, por volta das 12h30, em Novo Gama, Goiás, quando foi abordada pelo casal, que estava em um carro, rendida com o uso de uma faca e colocada à força dentro do veículo.
Na sequência, os suspeitos pararam o automóvel em uma região de mata na Cidade Ocidental, também no Entorno de Brasília, onde doparam a vítima com clorofórmio e a coloram dentro de uma mala.
Imagens do momento em que o Daniel Moraes Bittar chega com a criança no prédio em que vivia, depois de deixar a comparsa em outro endereço, foram compartilhadas nas redes sociais. No vídeo, ele estaciona o carro e arrasta a mala com a menina sequestrada pela calçada.
VÍDEO! Pedófilo sequestra menina e leva ela dentro de mala para seu prédio pic.twitter.com/x8F4DVtGHl
— Meio Norte (@meionorte) June 29, 2023
Em entrevista, a mãe da menina sequestrada em Goiás contou que o marido percebeu o sumiço da filha por volta das 17h40. Durante as buscas, a família conversou com os colegas da vítima que contaram terem visto um carro preto nas proximidades da escola e com um vizinho que disse ter ouvido os gritos de uma criança.
Na sequência, eles tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança da região, encontraram o tal veículo e conseguiram descobrir o nome do proprietário e seu endereço no Distrito Federal. Nesse meio tempo, enquanto os pais da garota estavam na delegacia, o tio da criança – que é policial militar – resolveu ir até o apartamento.
Ao chegar no local, ele viu o automóvel que aparecia nas imagens das câmeras de segurança estacionado e, mesmo sem mandado, resolveu entrar por medo que a sobrinha fosse assassinada. O próprio Daniel abriu a porta e, ao ser questionado, acabou confessando que a criança estava presa no quarto.
O tio então entrou no imóvel e encontrou a sobrinha com os pés algemados e com vários escoriações pelo corpo.
De acordo com a polícia, a menina contou que foi molestada, que o homem tocou em suas partes íntimas e a forçou a tocar nos genitais dele enquanto filmava tudo. A gravação teria sido enviada para a mulher que participou do sequestro.
Ainda conforme o relato da vítima, Daniel a ameaçou de morte durante todo o tempo, disse que não trabalharia durante a semana para fazê-la de “escrava sexual” e afirmou que após esse período iria decidir o que fazer com ela.