A família do presidiário Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada, se negou a enterrar o corpo antes do Instituto Médico Legal (IML) de Palmas, no Tocantins, refazer o exame de necropsia do homem. O traficante foi encontrado morto há três dias.
De acordo com a Polícia Civil, Charada foi localizado morto dentro de sua cela na Unidade Prisional Barra da Grota, em Araguaína, no início da manhã de domingo (23). Ele não dividia o cárcere e o atestado de óbito indicou “suicídio”, mas os familiares do rapaz acreditam que ele foi assassinado.
Os parentes apontam que Dad Charada vinha recebendo ameaças de morte – vale destacar que ele foi apontado pela Polícia Civil como mandante de 50 homicídios em Palmas – e que seu corpo apresentava lesões e hematomas quando foi recebido pela família.
O corpo do presidiário estava sendo velado na casa da família desde segunda-feira (24), quando chegou na capital, e o enterro chegou a ser marcado para terça, mas foi adiado porque a nova necropsia não havia ocorrido.
No início da tarde desta quarta-feira (26), o Instituto Médico Legal de Palmas (IML) recolheu o corpo de Charada para a realização do novo exame, depois da Justiça aceitar o pedido da defesa do traficante.
O magistrado responsável pela decisão determinou ainda que a “Unidade Prisional Barra da Grota mantenha intactas todas as imagens das câmeras de segurança nas dependências da unidade, na cela SE 206 e da ala dos segurados no período da zero hora do dia 19 de julho de 2023 (data em que ele chegou à UPBG) até as 12 horas do dia 23 de julho de 2023.”
Dad Charada
Carlos Augusto Silva Fraga, de 31 anos, foi preso no dia 06 de julho em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e transferido para Tocantins, onde possuía mandados de prisão por tráfico e homicídios.
Segundo a investigação, ele era membro da organização criminosa Comando Vermelho e ordenou as diversas execuções de membros de facções rivais. A polícia apontou que na época de sua prisão, ele tentava obter um passaporte falso para fugir para Portugal.