A jovem Thais Medeiros, de 26 anos, que cheirou pimenta e quase morreu após sofrer uma forte reação alérgica, teve um episódio de broncoespasmo e precisou ser reanimada por socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A situação ocorreu durante a madrugada desta quarta-feira (1º).
Segundo a família da trancista, que compartilhou a informação pelas redes sociais de Thais, o procedimento durou 40 minutos. “Noite de muita apreensão. Depois de longos e desesperadores 40 minutos, conseguiram resgatá-la”, escreveu Adriana Medeiros, mãe de Thais, na postagem.
A mãe ainda explicou que a jovem teve a primeira crise de broncoespasmo na noite da terça-feira (31), mas na ocasião os familiares conseguiram controlar o episódio.
O broncoespasmo é a contração súbita dos músculos lisos das paredes dos brônquios, levando ao estreitamento das vias aéreas. Este estreitamento resulta em dificuldade para respirar, frequentemente acompanhada de um chiado no peito.
É uma característica comum em doenças como a asma e pode ser desencadeado por alérgenos, infecções, exercícios, entre outros fatores.
Relembre o caso da jovem que cheirou pimenta
No dia 17 de fevereiro, Thais estava na casa do namorado em Anápolis, Goiás, quando cheirou pimenta de bode e logo começou a apresentar reações.
“ELA ESTAVA NA COZINHA E ENTRARAM EM ASSUNTO DE PIMENTA. ENTÃO ELA PASSOU A PIMENTA NO NARIZ E CHEIROU. A GARGANTA DELA COMEÇOU A COÇAR E, LOGO EM SEGUIDA, ELA JÁ FOI PERDENDO AS FORÇAS. E A LEVAMOS PARA O HOSPITAL”, EXPLICOU O RAPAZ.
Asmática, Thais chegou a ir andando até o carro da família, mas perdeu a consciência cerca de um quilômetro antes de chegar no hospital.
Segundo os médicos, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve um edema cerebral (acúmulo de líquido), que a deixou sem respostas neurológicas. A lesão cerebral foi causada pela falta de oxigenação no cérebro.
A equipe que atendeu Thais acredita que ela tenha sofrido uma grave crise de asma – provocada pela pimenta – e que isso tenha sido o gatilho para a parada cardíaca.
Em entrevista ao programa ‘Fantástico’, da Globo, o médico Rubens Dias explicou que dificilmente a paciente voltaria “às atividades habituais e normais”, pois a lesão cerebral era irreversível.
“A GENTE ESPERA UMA LESÃO NEUROLÓGICA GRAVE. PODE TER UMA RECUPERAÇÃO, MAS A GENTE ACREDITA QUE VOLTAR ÀS ATIVIDADES HABITUAIS, NORMAIS DELA, ISSO, INFELIZMENTE, NÃO”, DISSE DIAS, NA OCASIÃO.
Após ficar meses internada, ela teve alta hospitalar no dia 31 de agosto. Mas a falta de oxigênio realmente provocou uma lesão irreversível no cérebro da trancista e a vida dela mudou completamente. “Minha filha saiu de um jeito e voltou assim, como um neném”, disse Adriana na ocasião.
Desde que Thais adoeceu, Adriana e marido assumiram os cuidados das netas Valentina, de 8 anos, e Antonella, de 7, ambas filhas de Thais. Comerciante, Sérgio Alves Silva precisou fechar sua loja para cuidar das crianças, enquanto a esposa largou o emprego para acompanhar o tratamento da filha no hospital.
Segundo Adriana, Thais está acordada, mas não dá respostas neurológicas, apesar de prestar atenção quando alguém entra no quarto e reagir quando vê as filhas.