Uma médica foi presa nesta quarta-feira (12) pela morte de uma paciente durante uma lipoaspiração realizada no dia 15 de junho, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A vítima foi identificada como a cozinheira Ingrid Ramos Ferreira, 41 anos.
Com dupla nacionalidade, colombiana e brasileira, Eliana Jimenez Dias foi encontrada em casa, em um condomínio de luxo em Jacarepaguá. Sua prisão foi autorizada devido ao risco, apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, de que a profissional retornasse para a Colômbia.
De acordo com a Polícia Civil, Ingrid morreu devido a um choque cardiogênico (quando o coração perde a capacidade de bombear sangue em quantidade adequada para os órgãos) provocado pela anestesia aplicada para que o procedimento estético fosse realizado.
O delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP, explicou ainda que a médica assumiu o risco de matar a paciente ao realizar uma lipoaspiração – que é um procedimento invasivo – em um consultório médico e não em um hospital como deve ser feito.
“A investigação deixou claro que essa paciente foi a esse consultório pra fazer o procedimento de lipoaspiração, e não apenas uma pequena remoção de queloide”, disse ele ao G1.
A Polícia Civil ainda afirma que após a morte da paciente, a médica ainda tentou esconder o material cirúrgico usado na lipoaspiração e escondê-lo no consultório do marido.
Familiares contaram que o filho de 14 anos de Ingrid acompanhava a mãe no dia do procedimento e viu ela morrer. Uma cunhada ainda explicou que a cozinheira afirmou que iria fazer a “reparação de uma cicatriz com lipo” e que a queloide teria sido resultado de uma abdominoplastia feita há um ano com a mesma médica.
“Na primeira vez, demorou a cicatrizar. Depois, ela fez uma lipo nas costas e, agora, ela voltou porque não estava como ela queria, a médica falou que não precisava ir no hospital. Ela pagou esse procedimento há um ano e, como não foi feito de forma correta, ela pediu que fosse reparado um erro”, disse Juliana Guedes ao jornal O Dia.
A médica foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por homicídio com dolo eventual e fraude processual, por ter tentado esconder os materiais.
Em maio deste ano, uma biomédica foi presa depois que uma mulher passou mal durante um procedimento em uma clínica de estética de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais. Íris Dorotéia do Nascimento Martins, de 45 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória.
Ela chegou a ser encaminhada para um hospital, mas não resistiu e faleceu horas depois.
De acordo com o prontuário médico, a paciente deu entrada na instituição de saúde com sangramentos em pequenos furos na região do abdômen. As investigações iniciais, da Polícia Civil, apontam que Íris foi submetida a lipoaspiração ou lipoescultura, além de enxerto nas nádegas.
A clínica de estética, no entanto, era autorizada a realizar apenas procedimentos minimamente invasivos, aplicação de botox, entre outros. Além disso, esse tipo de procedimento só pode ser feito por médicos devidamente habilitados.