A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou que o corpo localizado em Itapecerica, no centro-oeste do estado, pertence à motorista de aplicativo Sheilla Angelis de Almeida, 36 anos, desaparecida desde 9 de setembro. O cadáver foi descoberto em 27 de setembro e a identificação se deu por meio de exame odontológico.
Sheilla sumiu após realizar uma viagem em Divinópolis, na mesma região de Minas. Seu último contato foi feito às 18h30 do dia do desaparecimento, através de um aplicativo de mensagens. A corrida mais recente registrada foi pegando um passageiro no bairro Campina Verde em Divinópolis, com destino a um supermercado no bairro Ipiranga.
Na última mensagem enviada, Sheilla mencionou uma corrida fora do aplicativo, da Praça do Santuário ao bairro Terra Azul. Após isso, colegas não tiveram mais notícias dela.
Rafael Monteiro, também de 36 anos, confessou o crime no dia 4 de outubro. Ele foi preso junto com a namorada no Rio de Janeiro. No mesmo dia, o celular de Sheilla foi achado em um matagal no bairro Paraíso. Investigações mostram tentativas de uso do cartão de crédito da vítima em São João del-Rei e no RJ.
O veículo da motorista de app desaparecida e morta, um Fiat Argo, foi visto em Juiz de Fora.
Motorista desaparecida foi morta após cair em armadilha
De acordo com a Polícia Civil, o crime foi premeditado. Horas antes de cometer o latrocínio, por volta do meio-dia, o suspeito solicitou várias viagens por aplicativo, mas só realizou o deslocamento quando o motorista que aceitou foi Sheilla.
“Ao meio-dia, o investigado ligou diversas vezes acionando o aplicativo tentando uma corrida, quando quem aceitou foi a Sheilla, ele realizou corrida. A princípio essa corrida tinha como objetivo estudar a vítima, como ela trabalhava, a eventual forma de abordagem dela para cometer o crime”, disse o delegado Wesley Costa em coletiva de imprensa.
Já no fim da tarde, ele usou um celular emprestado para ligar diretamente para a motorista e solicitar uma corrida fora do app. Na ocasião, com objetivo de ganhar a confiança da vítima, Rafael informou que era o passageiro que ela havia conhecido horas antes.
Ainda conforme a polícia, a motorista de app foi agredida, estrangulada e assassinada a facadas.
“Ele tentou desmaiá-la com um golpe de asfixia, mas não conseguiu. Ele viu que no solo havia pedaços de telhas e bateu na cabeça dela. Ainda que sangrando, ela reagiu. Então ele volta no carro dela, pega uma corda e com o uso dela tentou enforcá-la, momento que ela desfaleceu”, explicou o delegado.
Costa completou: “Ele corta a corda, e usa uma das partes para amarrar os punhos dela, com o outro pedaço ele amarra os braços dela ao corpo. Depois a colocou no porta-malas do próprio carro e desferiu quatro facadas nas costas delas”.
Também de acordo com a Polícia Civil, na sequência, Rafael e a namorada abandonaram o corpo de Sheilla e fugiram para o Rio de Janeiro.
Caso parecido
Em julho deste ano, uma motorista de app foi sequestrada, estuprada e levada como refém por 300 km até provocar o capotamento do próprio veículo na BR-080, em Barro Alto, na região central de Goiás.
