Um vídeo mostra a situação de dezenas de alunas envenenadas no Irã. As imagens desesperadoras foram compartilhadas no Twitter pelo perfil ‘Iran HRM/ Human Rights Monitor’ neste domingo (5). Os envenenamentos estariam sendo causados por emissões de gases tóxicos. (Assista abaixo)
No último sábado (4), novos casos de intoxicação de estudantes foram registrados em pelo menos cinco províncias iranianas. Anteriormente, os os registros se concentravam principalmente na cidade de Qom.
De acordo com as agências de notícias ‘Tasnim’ e ‘Mehr’, os novos casos de alunas envenenadas no Irã ocorreram nas províncias de Hamedan (oeste), Zanjan e Azerbaijão Oriental (noroeste), Fars (sul) e Alborz (norte).
Nas imagens, as estudantes aparecem com a respiração ofegante e caídas no chão do que parece ser o pátio de uma instituição de ensino.
Veja:
Intolerable school site in Zanjan, NW #Iran today Mar.5 repeating after 1400- girls experienced poisoning in a network of crimes against children, no efforts to stop it by authorities.
Students who speak are violently abducted@v_almqvist @DEonHumanRights #IranianSchoolHolocaust pic.twitter.com/bNZNNl8XXT— IRAN HRM (@IranHrm) March 5, 2023
Nesta segunda-feira (6), o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, classificou os ataques feitos contra as estudantes como um “crime imperdoável” e pediu a “punição máxima” aos perpetradores dos atentados.
“Se o envenenamento de estudantes for comprovado, os perpetradores devem enfrentar punição máxima sem perdão”, declarou Khamenei.
Por outro lado, entidades de direitos humanos apontam que o governo tem sido cúmplice dos ataques pois eles atingem estudantes do ensino médio e universitários, que fizeram parte da onda de protestos pelos direitos das mulheres no país.
Nos últimos três meses, inúmeras alunas relataram que sentiram cheiro de “peixe podre” ou “tangerina” antes de adoecerem.
Um levantamento feito pela BBC apontou que pelo menos 650 estudantes foram internadas com problemas respiratórios, náuseas, tonturas e fadiga até fim de fevereiro. Nenhuma delas morreu.
Já outra sondagem aponta nos últimos dias pelo menos mil alunas foram entendidas em 50 escolas, espalhadas por dez províncias do Irã, com sintomas de enjoos, tontura e palpitações.
De acordo com as próprias autoridades do país, as alunas envenenadas no Irã são vítimas de um plano que pretende causar o fechamento das escolas femininas no país.
No dia 26 de fevereiro, Younes Panahi, vice-ministro da Saúde do Irã, afirmou que os produtos químicos usados para envenenar as estudantes não são de esfera militar e que, apesar dos sintomas, as vítimas não precisaram receber nenhum tratamento invasivo. Ele ainda pediu que a população mantenha a calma.
Antes disso, a única declaração oficial sobre o assunto era de que uma investigação criminal sobre o caso havia sido aberta.
No fim de janeiro deste ano, o caso de um casal de iranianos que foi condenado a dez anos e meio de prisão por compartilhar um vídeo em que dançavam em público em frente à Torre Azadi, um conhecido monumento de Teerã, capital do país, viralizou nas redes sociais.
No vídeo, Astiyazh desobedece a lei do país que proíbe as mulheres de dançarem em público e não usa o hijab, lenço para cobrir sua cabeça, conforme o código de vestimenta imposto às mulheres na República Islâmica.
De acordo com a ONG Human Rights Activists News Agency (HRANA), com sede em Washington, Amir e Astiyazh foram condenados por “incentivarem a corrupção e a prostituição pública” e por “se reunirem com a intenção de perturbar a segurança nacional”.