Uma mulher de 31 anos pegou coronavírus duas vezes em um intervalo de 20 dias na Espanha. Ela, que trabalha na área da saúde, foi infectada com duas variantes diferentes no espaço de tempo mais curto já detectado entre infecções.
De acordo com pesquisadores espanhóis, a profissional da saúde foi infectada com a variante Delta no fim de dezembro, e 20 dias depois com a Ômicron.
O caso da espanhola foi revelado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, comprovando, segundo os pesquisadores, que indivíduos que já tiveram covid-19 podem sim ser infectados novamente em um curto espaço de tempo, mesmo que sejam vacinados.
Mesmo após ter pego coronavírus duas vezes em pouco tempo, vacinação garantiu que a mulher não sofresse com os sintomas
Graças a vacinação, a profissional da saúde que foi reinfectada não apresentou fortes sintomas da covid-19 nas duas vezes em que teve o vírus.
Na primeira vez que seu PCR testou positivo, a mulher não teve nenhum sintoma. Três semanas mais tarde, ela apresentou tosse e febre que a levaram a fazer o segundo teste, que também voltou positivo.
Após resultados positivos tão sequenciais, uma análise minuciosa revelou que a paciente havia se infectado novamente, mas dessa vez com uma cepa diferente.
Segundo Gemma Recio, autora do estudo no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, o caso dessa mulher mostra que a Ômicron consegue driblar a imunidade anterior adquirida.
“Em outras palavras, as pessoas que tiveram covid-19 não podem presumir que estão protegidas contra a reinfecção, mesmo que tenham sido totalmente vacinadas“, complementa Gemma.
Reinfecções por covid-19 aumentaram desde a Ômicron
Desde dezembro de 2021, com o surgimento da nova cepa Ômicron, os casos de pacientes reinfectados pelo coronavírus aumentaram bastante.
Além disso, outro aumento de casos foi percebido após o surgimento de uma nova cepa em março deste ano: a BA.2.
Conforme cientistas, é provável que a maioria das pessoas sejam infectadas pelo menos duas vezes ao longo dos períodos de alta, e muito mais vezes ao longo da vida.
Até o início de abril, autoridades de saúde acreditam que quase 900 mil pessoas foram potencialmente infectadas duas vezes com o vírus.