A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou nesta quarta-feira (13), a aplicação da vacina CoronaVac em crianças entre três e cinco anos.
A decisão foi unânime, ou seja, todos os diretores da agência votaram sim para a aplicação das doses nos pequenos.
Com a decisão, a partir de agora a vacina passa a ser aplicada em crianças a partir de três anos, incluindo em imunossuprimidos – àqueles que têm baixa imunidade.
Vacina CoronaVac: crianças vão receber duas doses
A aprovação do uso da vacina para crianças a partir de três anos foi dada após a análise de um pedido feito pelo Instituto Butantan em 11 de março.
Segundo a decisão da Anvisa, duas doses da vacina deverão ser aplicadas com um intervalo de 28 dias entre elas, e o produto usado é exatamente o mesmo que o dos adultos, sem adaptação para a versão pediátrica.
No momento, a Anvisa ainda não estabeleceu quando começa a vacinação, a distribuição das doses ou o cronograma, pois tudo isso ainda depende dos estados e do Ministério da Saúde.
De acordo com Meiruze Freitas, diretora da Anvisa e relatora do processo de aprovação, apesar das crianças não serem o rosto da pandemia, elas ainda podem estar entre as maiores vítimas da doença.
“Sabemos que todas as crianças de diversos países estão sendo afetadas, mas os efeitos nocivos serão maiores para as mais vulneráveis, tanto economicamente, quanto para as com saúde mais debilitadas”, acrescentou Meiruze freitas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, os benefícios que a vacinação traz para as crianças dessa faixa etária são muito maiores do que os eventuais riscos associados à imunização.
“A doença é menos grave nas crianças, mas não significa que não traga risco de hospitalização e morte”, avaliou Marco Aurélio Sáfadi, infectologia e presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Para o profissional, estender a vacinação é importante para diminuir a carga de hospitalizações e mortes de crianças nessa faixa etária.
“Até o momento no país já registramos mais de 12 mil hospitalizações e 952 mortes atribuídas a Covid19 nessa faixa etária”, enfatizou Marco Aurélio Sáfadi.
Aplicação só depende do Ministério da Saúde
A partir da aprovação da Anvisa, a medida segue agora para a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações da Covid-19 do Ministério Público, que será o responsável por distribuir e programar as aplicações junto aos estados.
Em entrevista ao G1, Renato Kfouri, pediatra infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunização, afirmou que a aprovação depende da análise técnica do governo federal, para que dessa maneira a imunização desse público seja de fato iniciada.
“Precisamos ver quantas doses temos nos estados e municípios, quantas o Butantan consegue fabricar e em que espaço de tempo, nós vamos precisar no entorno de 10 milhões de doses para incluir essa população de 3 a 5 anos”, afirmou o médico ao G1.
Por fim, o Ministério da Saúde revelou que vai avaliar junto à Câmara Técnica Assessora em Imunizações o uso das vacinas para a nova faixa etária aprovada.