Uma falsa médica foi presa em flagrante em Goiânia, Goiás, por suspeita de usar o registro profissional de uma profissional verdadeira para realizar procedimentos estéticos e emitir atestados de saúde.
A suspeita utilizava o número de cadastro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de uma ginecologista. A denúncia foi feita pela própria médica que estava tendo o registro usado de forma indevida.
De acordo com a Polícia Civil, na segunda-feira (30), agentes foram até uma clínica indicada pela denunciante no setor Bela Vista, na capital goiana, e encontraram a falsa médica conversando com uma paciente.
Durante as buscas foram encontrados:
- um carimbo com o registro médico falso;
- papéis de atestados médicos do Sistema Único de Saúde (SUS);
- fichas de anamneses com carimbos falsos;
- um jaleco médico com o nome de outra pessoa.
Também foram apreendidos produtos médicos para fins estéticos como preenchedores, toxina botulínica, bioestimuladores e anabolizantes esteroides com origem não identificada.
Ela acabou recebendo voz de prisão devido aos anabolizantes, que são proibidos no Brasil.
Em entrevista à CNN, o delegado do caso, William Bretz, afirmou que há registro de pelo menos dois pacientes que fizeram algum tipo de tratamento com a suspeita. Um deles sofreu reações adversas e chegou a ficar internado para se recuperar.
Na última semana, a biomédica responsável pelo procedimento estético que resultou na morte de Íris Dorotéia do Nascimento Martins, de 45 anos, em Divinópolis, Minas Gerais, foi indiciada, pela Polícia Civil, pelos crimes de homicídio doloso qualificado por motivo torpe e por traição com dolo eventual. O caso ocorreu em maio deste ano.
Segundo o delegado que investigou a morte da paciente, Marcelo Nunes, a biomédica realizava procedimentos cirúrgicos de grande porte na clínica sem autorização e os aparelhos necessários. Além de não ser formada em medicina.
Para o delegado, não há dúvida de que a biomédica assumiu o risco de matar a paciente, por realizar o procedimento sem habilitação e em local inapropriado.
Íris sofreu uma parada cardiorrespiratória durante um procedimento estético em uma clínica na qual a biomédica era responsável. Ela chegou a ser socorrida em estado grave, mas morreu horas depois no hospital. Na ocasião, a profissional chegou a ser presa, mas conseguiu habeas corpus dias depois.
De acordo com o prontuário médico, a mulher deu entrada na instituição de saúde com sangramentos em pequenos furos na região do abdômen.
A investigação da Polícia Civil conclui que a paciente foi submetida a uma lipoaspiração na clínica de estética. Conforme o marido de Íris, ela foi informada de que o procedimento custava R$ 18 mil, mas conseguiu pelo valor promocional de R$ 12 mil.
Ainda conforme o delegado, a biomédica “agiu como se fosse anestesista”, aplicou uma quantidade “absurda de anestésico” e fez incisões profundas que causaram uma hemorragia ne Íris.
A morte de Íris foi provocada por intoxicação por excesso de anestésicos, hemorragia, parada cardiorrespiratória e aspiração que resultou em lesão pulmonar.