O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, morreu neste sábado (13), aos 68 anos, vítima de câncer no pâncreas. Costa estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, no Rio de Janeiro (RJ).
Em 2014, Paulo Roberto, que era engenheiro de formação, foi preso na Lava Jato, e se tornou o primeiro delator da operação.
Na ocasião, o ex-diretor da Petrobras foi condenado a mais de 70 anos de prisão, mas respondia aos crimes em liberdade.
Relembre o envolvimento de Paulo Roberto Costa na Lava Jato
Lá em 2014, Paulo Roberto foi acusado de tentar destruir provas que comprovavam o seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, que foi preso em São Luís, no Maranhão, como o principal responsável de uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro.
Inicialmente, o engenheiro apenas teve uma prisão preventiva de cinco dias decretada, mas três meses depois voltou pra cadeia e teve US$ 23 milhões em contas bloqueadas na Suíça graças a uma ordem do juiz federal Sergio Moro.
Após várias prisões e desdobramentos da Operação Lava Jato, Paulo Roberto ficou conhecido por estabelecer um acordo de delação premiada e colaborar com as investigações do esquema em troca de uma redução da pena – que chegou a 70 anos.
Com o seu depoimento, o Ministério Público entendeu o funcionamento do desvio de dinheiro da Petrobras e conseguiu chegar no nome de outros envolvidos.
No esquema, empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras superfaturavam os serviços por meio de contratos aditivos às obras, e os valores eram usados como propina para abastecer o PT, PMDB e PP.
No ano de 2020, a CVM – Comissão de Valores Mobiliários decidiu com unanimidade inabilitar a atuação em companhias abertas dos ex-diretores da Petrobras envolvidos no esquema de corrupção. Sendo assim, Paulo Roberto Costa e Renato Duque – ex-diretor de Serviços, foram violados em dever da deslealdade.
Paulo Roberto foi condenado por patrocinar e votar pela aprovação do projeto da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em troca de vantagens de construtoras para faturar as obras. Na ocasião, Costa também recebeu uma multa de R$ 500 mil.