O corpo de uma empresária desaparecida em Uberaba, Minas Gerais, foi encontrado na área rural de Colina, no interior de São Paulo, na segunda-feira (10). O cadáver Andrea Garcia Rodovalho, de 47 anos, foi localizado um dia depois de seu ex-namorado Fábio Júnior de Almeida Lopes, de 41, ser preso pelo crime.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito foi preso na noite de domingo (9), na Rodoviária de São José do Rio Preto, também em São Paulo, quando tentava fugir para outro estado. Ele confessou o crime, mas não explicou a motivação.
A empresária foi dada como desaparecida em Uberaba no dia 3 de abril. Na ocasião, seu advogado procurou a polícia para relatar o sumiço da cliente. Segundo os familiares de Andrea, ela saiu para trabalhar na sexta-feira (31) e não retornou mais para casa.
Conforme o delegado Cyro Moreira, responsável pelo caso, antes de ser preso, Fábio Júnior já havia admitido para seus familiares que assassinou a ex-namorada e que estava em posse de seus cartões bancários e documentos.
Além disso, enquanto tentava fugir, ele chegou a entrar em contato com a família de Andrea para tentar se justificar. Ainda conforme Moreira, o conteúdo das mensagens de áudio, assim como a localização do aparelho celular do suspeito ajudaram a esclarecer a dinâmica do crime.
A Polícia Civil, no entanto, não divulgou detalhes sobre a investigação.
Testemunhas afirmam que Andrea e o ex-namorado viveram um relacionamento conturbado e cheio de brigas. O advogado que representa os parentes da vítima afirmou ao G1, inclusive, que o crime teria ocorrido durante um desentendimento.
No dia 4 de abril deste ano, uma mulher que foi esfaqueada pelo marido após se negar a ter relações sexuais com ele morreu no hospital. Michele Vila Pinto, de 33 anos, estava internada desde o dia 16 de março, data em que foi atacada por Rodrigo Almeida Neves Pinheiro, de 44 anos. O crime aconteceu em Queimados, na Baixada Fluminense (RJ).
No dia em que Michele foi esfaqueada pelo companheiro, ela estava dormindo junto com a filha de 1 anos e 6 meses. Na ocasião, o homem tentou ter relações sexuais com a esposa e não aceitou o fato de ela negar.
De acordo com a filha adolescente da vítima, ela ouviu gritos vindos do quarto da mãe e quando entrou no cômodo se deparou com Michele caída no chão toda ensanguentada, enquanto a irmã chorava sentada na cama.
A cunhada da vítima contou que enquanto tentava socorrer Michele, ela conseguiu contar que negou sexo ao marido e, por isso, foi esfaqueada. Segundo o relato da mulher, logo após ela dizer que não, o homem começou a desferir as facadas, parando apenas quando a faca ficou presa em seu pescoço.
“Ela estava deitada no chão e dizendo: ‘Ele fez isso porque eu não quis ter relação”, disse Thamires Guedes.
Em 2022, o Brasil teve um aumento de 5% nos casos de feminicídio. Um levantamento apontou que uma mulher é assassinada a cada seis horas no país apenas por ser mulher.
Segundo o Anuário de Segurança Pública, de 10 crimes de feminicídio, pelo menos 8 são cometidos por parceiros ou ex-parceiros das vítimas.