Um motorista de aplicativo foi morto após entrar no Complexo do Caramujo, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no último sábado (23). A vítima foi identificada como Renan Martins Sodré, de 34 anos.
Em entrevista à TV Globo, testemunhas afirmaram que o motorista de aplicativo morreu após entrar por engano na comunidade de Niterói controlada pelo tráfico de drogas. Segundo os relatos, ele teria sido abordado por traficantes e, assustado, dado a marcha ré, momento em que os bandidos teriam atirado.
Conforme moradores do Complexo do Caramujo, os traficantes estabeleceram que qualquer condutor deve ligar o pisca-alerta e as luzes do carro, além de deixar os vidros abaixados, para entrar de carro na comunidade.
Após o crime, bandidos chegaram a divulgar um texto para justificar o assassinato. No suposto comunicado, os traficantes afirmaram que o motorista de aplicativo foi morto porque não cumpriu as “leis” do local. Veja:
“Nós do Complexo do Caramujo estamos extremamente entristecidos pelo fatídico acontecimento de hoje com o rapaz que estava trabalhando como motorista de aplicativo. Porém, todos os lugares tem suas regras e suas leis, e nas comunidades do Rio de Janeiro, o que se é determinado para entrar é: Vidros baixos, pisca alerta ligado e luz do salão acesa.
“Não sabemos quem está na maldade e quem está na pureza trabalhando ou o que esteja fazendo. Por esse motivo determinamos as regras para que não aconteça o que infelizmente aconteceu hoje”.
Abalada, Thaís de Araújo Abreu, viúva de Renan, gravou um vídeo para refutar os criminosos. Ela afirmou que o marido estava acostumado a trabalhar em comunidades e que o carro estava aberto e com o pisca-alerta ligado quando o crime aconteceu.
Ainda conforme Thais, o marido foi morto durante o dia e não durante a madrugada como foi divulgado.
O casal tinha duas filhas, uma adolescente prestes a completar 15 anos e uma menina de 5. Segundo a viúva, ela ainda não contou sobre a morte do pai para a filha mais nova porque não sabe como dar a notícia.
O homicídio é investigado pela Polícia Civil.
Em julho deste ano, uma motorista de app foi sequestrada, estuprada e levada como refém por 300 km até provocar o capotamento do próprio veículo na BR-080, em Barro Alto, na região central de Goiás. A jovem de 23 anos só sobreviveu porque se fingiu de morta após o acidente. Três suspeitos do crime morreram em confronto com a polícia.
Alguns dias antes, o motorista de aplicativo Gilson Francisco de Castro Júnior, de 48 anos, havia sido morto no bairro Praça Seca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Na ocasião, testemunhas informaram que o motorista foi baleado ao se deparar com uma blitz de criminosos no local. Assustado, ele não obedeceu a ordem de parada e deu ré no automóvel, que acabou batendo na árvore. Em seguida, os bandidos começaram a atirar em direção ao carro.
No início de junho, um motorista de aplicativo desaparecido em Minas Gerais (MG) foi encontrado morto na zona rural de Lajinha, na Zona da Mata Mineira. A vítima identificada como Fabiano da Silva Moraes, de 32 anos, era de Manhumirim.
Em maio, o motorista de app Ronieli dos Santos Rodrigues, de 35 anos, foi assassinado durante uma corrida em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte (BH), Minas Gerais. O suspeito foi preso em flagrante e junto com ela a polícia encontrou o celular da vítima.